Pires de Lima: exportações não vão salvar as empresas - TVI

Pires de Lima: exportações não vão salvar as empresas

Pires de Lima

«Estamos a chegar ao limite do que é possível para manter as nossas atividades rentáveis», disse o dono da Super Bock

«Os políticos que não se convençam que as exportações vão salvar as empresas». A opinião é do presidente executivo da Unicer, empresa que comercializa a cerveja Super Bock, que lança um repto à troika: «É tempo de as pessoas que estão a construir este processo de ajustamento terem um discurso e uma prática mais próximos da economia real».

Para António Pires de Lima, que é também presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja (APCV), «este processo de ajustamento» de que resultaram «quedas tão agressivas no consumo interno, não é bom para a economia e não é bom para a internacionalização das empresas».

«Há o risco de pensar que as exportações só por si vão salvar as empresas», mas «isso é apenas um motor» das empresas. «O outro motor está parado», o que é ¿desequilibrado¿ do ponto de vista empresarial, disse Pires de Lima, citado pela Lusa, durante um debate no fórum Brinde à Cerveja.

«Estamos a chegar ao limite do que é possível para manter as nossas atividades rentáveis».

O setor da cerveja foi particularmente afetado pela retração do consumo interno, regredindo 11%, até aos níveis da década de 80, sendo a queda ainda mais acentuada no canal HORECA (hotelaria, cafetaria e restauração), no qual o recuo foi de 16%.

Pires de Lima salientou que, em 2012, desapareceram 10 mil pontos de venda do consumo HORECA, estimando que este ano possam desaparecer mais dez mil.

Os produtores de cerveja conseguiram aumentar as exportações em 20% no ano passado, mas António Pires de Lima assinalou que «a imaginação para criar barreiras» subsiste em vários países como o Brasil, considerando «um trabalho hercúleo» colocar cerveja em São Paulo ou no Rio de Janeiro, mas também na Venezuela para onde não é possível exportar porque não existem linhas de financiamento.

Já Angola, «comparativamente a outros países, tem sido um país muito amigo das exportações portuguesas».
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