Sony em crise mas patrão leva para casa 3,6 milhões

A gigante da electrónica Sony Corp perdeu cerca de 450 milhões de dólares no último ano financeiro. Mas mesmo assim o director-executivo da empresa, Howard Stringer, levou para casa 4,5 milhões de dólares (3,6 milhões de euros). Com este salário, o patrão da Sony tornou-se num dos executivos mais bem pagos numa empresa japonesa.

As reacções não se fizeram esperar. Os accionistas reclamaram, é certo, mas a raiva dos seus quase 8 mil sócios, na maioria idosos, foi pouco ostensiva, durante a reunião anual da empresa, realizada esta sexta-feira em Tóquio.

Se a maioria deles saudou a abertura da empresa para revelar os salários dos executivos, alguns mostraram-se insatisfeitos com o montante recebido Stringer. Houve até quem perguntasse como o é que o patrão da Sony pretendia assumir essa responsabilidade, com a empresa a registar um avultado número de perdas.

Em momento de crise, «você precisa de apertar um pouco o cinto», disse o accionista e ex-funcionário da empresa Katsuhiko Koyanagi, de 72 anos. «Esta é a lógica japonesa, mas talvez ele não entenda isso», protestou.

As empresas japonesas estão a ser pressionadas a revelar as remunerações dos executivos que ganham mais de 100 milhões de ienes (890 mil euros). A Sony é uma das primeiras fabricantes informáticas a tirar o véu.

Já a rival Panasonic disse que pagaria aos seus 23 conselheiros cerca de um décimo do salário cedido ao CEO da Sony.