Troika inspecciona bancos portugueses

A troika quer um retrato completo da banca portuguesa e dos riscos associados aos empréstimos. Uma equipa de técnicos está em Portugal, desde esta segunda-feira, para inspeccionar as carteiras de crédito dos 8 maiores bancos e a operação é minuciosa. O alvo são os créditos de grande dimensão, de onde podem vir os maiores riscos.

Até ao fim de Outubro, este grupo de técnicos independentes vai fazer uma inspecção directa aos créditos concedidos aos 50 maiores clientes de cada instituição.

Para medir o risco, a troika quer perceber se as garantias associadas a cada empréstimo são suficientes e se o banco tem de lado as provisões adequadas ao respectivo contrato.

Se os técnicos avaliarem os activos ao preço de venda, num contexto de recessão, o valor é mais baixo e isso provoca um impacto negativo nas contas do bancos, que podem ver-se obrigados a reforçar o capital.

São quatro dezenas de auditores que vão passar os grandes empréstimos a pente fino. Além dos créditos dos grandes investidores e grupo económicos, a troika está também preocupada com os financiamentos ao Estado.

As dívidas do Estado à banca rondam os 50 mil milhões de euros. Só o sector empresarial do Estado é responsável por 26 mil milhões. Mas, segundo o Banco Central Europeu, é importante que as empresas públicas reduzam a dívida aos bancos.

A banca portuguesa aumentou o recuso ao financiamento junto do BCE para 46 mil milhões, em Agosto.