Mais impostos à banca? «Não quero colocar o nosso sistema em prejuízo»

A proposta surgiu da bancada comunista: «Falou em coragem. Contra quem? É preciso coragem para cortar nos salários, nas comparticipações dos medicamentos? É preciso coragem para ratar mais um pouco nos desempregados? Coragem, isso sim, era finalmente pôr a banca a pagar justamente nos impostos».

Ao líder comunista, Jerónimo de Sousa, o primeiro-ministro respondeu: «Coragem não é fazer o que e fácil. É fazer o que é difícil. E difícil é pedir sacrifícios para todos».

Durante o debate parlamentar sobre a proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, no Parlamento, Jerónimo de Sousa apelou à cobrança de mais impostos sob os lucros da banca e do «dinheiro que voa para os offshores».

José Sócrates foi, então, tão conclusivo como o líder do PCP: «Quando fala que ter coragem é enfrentar os bancos, é ter posições que não levam a lado nenhum. Tem de me explicar em que país isso foi feito».

«Não quero colocar o nosso sistema financeiro em prejuízo em relação aos outros. Quero fazer o que está em linha com o que os outros países estão a fazer», concluiu Sócrates.