WSJ: revisão em alta de défice espanhol ajuda Portugal - TVI

WSJ: revisão em alta de défice espanhol ajuda Portugal

Passos Coelho

Espanha cria precedente na flexibilização do défice. E assim importações espanholas podem nem cair tanto

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O «Wall Street Journal» diz que a revisão em alta das metas de défice espanhol, que passaram de 4,4 para 5,8% este ano, é uma boa notícia para Portugal. Ainda que tenha irritado outros países da Europa.

O prestigiado jornal económico escreve que esta revisão «vai provavelmente enfurecer a maioria dos líderes da União Europeia, especialmente a Alemanha. Mas Portugal está, provavelmente, a sorrir».

E explica porquê: ao aumentar o objetivo de défice, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, «dará um pouco de ar para respirar à sua economia, que deverá contrair-se este ano. Assim, as importações podem não cair muito, ajudando, por seu lado, as exportações portuguesas», já que «cerca de um quarto do que Portugal exporta vai para o país vizinho».

Mas há mais: ao tomar esta decisão, «a Espanha abre a porta a outros países, incluindo Portugal, para que estes flexibilizem os seus próprios objetivos em termos de défice».

«É verdade que, ao contrário de Espanha, Portugal está a ser alvo de um programa de resgate internacional, o que limita a sua capacidade de negociação», admite o jornal. Mas «um precedente deixa algumas portas abertas, quando antes elas estavam trancadas. Caso a economia espanhola surpreenda agora pela positiva, por causa desta flexibilização da meta de défice, pode inspirar os líderes da União Europeia a tornarem-se um pouco mais flexíveis, pelo menos para este ano», escreve o «Wall Street Journal».

O jornal diz que isto é fundamental para Portugal, já que, apesar de o Governo ter prometido cumprir a meta de défice de 4,5% este ano, os economistas estão pessimistas, afirmando que a austeridade vai inevitavelmente baixar as receitas fiscais e obrigar a mais despesa pública para ajudar os desempregados. Resultado: a meta de défice pode derrapar, a não ser que mais austeridade ainda seja implementada. «E todos sabemos o que acontece nessa altura», conclui.
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