A CGTP abandonou a reunião de concertação social em que estava a ser discutida a proposta do Governo para alterar as leis laborais.
À saída, Carvalho da Silva elencou as razões que levam a central sindical a recusar participar do acordo que Governo, patrões e UGT vão continuar a negociar.
De acordo com o sindicalista, em cima da mesa deixou de estar o aumento do horário de trabalho em meia hora por dia.
«Há matérias que não entrarão no acordo que está a acabar de ser cozinhado entre alguns, como o aumento do horário de trabalho», afirmou aos jornalistas.
Carvalho da Silva saudou os trabalhadores e sublinhou que «vale a pena lutarem pelos seus direitos, contra imposições e medidas que são de uma violência inaceitável».
A medida que, defende, só «serviu para fazer chantagem», e pode ser substituída pela ideia de descontar dias de férias pelas pontes em que os patrões decidam encerrar a empresa e obriguem os trabalhadores a folgar.
Apesar de o Governo ter deixado cair a medida, a CGTP considera que a proposta do executivo continua a conter um conjunto de outras medidas que configuram a consagração de «trabalho forçado», devido às «condições impostas».
«Este é o texto de maior retrocesso das últimas décadas no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores, diminuição da retribuição do trabalho, fragilização da concertação social e contratação colectiva e entrega dos mecanismos e meios do Estado às entidades privadas», descreveu, classificando o documento de «chocante».
«Há formulações neste texto que, há 30 anos, havia mobilização geral do patronato, por considerar que poriam em causa o socialismo», diz.
Passos Coelho já reagiu à saída de Carvalho da Silva das negociações: «É preciso relativizar saída da CGTP».
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CGTP abandona concertação, meia hora adicional caiu
- Redação
- 16 jan 2012, 13:11
Central sindical diz que documento em negociação representa o maior retrocesso das últimas décadas
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