Silva Lopes: país vai precisar de auxílio adicional - TVI

Silva Lopes: país vai precisar de auxílio adicional

Ex-ministro das Finanças garante que ajuda da troika «não chega»

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O ex-ministro das Finanças Silva Lopes defendeu esta quinta-feira à noite que Portugal vai ter que «pedir auxílio adicional» uma vez que aquele que foi dado pela troika «não chega», considerando que o Governo tem a mesma opinião embora «não o diga».

Silva Lopes participou, juntamente com os também ex-ministros Miguel Cadilhe e Pina Moura, na primeira conferência do ciclo «Assumir a Responsabilidade pelo Passado - Projetar o Futuro», organizado pela Faculdade de Economia do Porto, tendo defendido numa das suas intervenções que Portugal precisa «no curto prazo» de «pedir auxílio adicional», uma vez que aquele que foi «dado pela troika não chega», recordando que o disse desde o «primeiro dia».

No final, questionado pelos jornalistas sobre a sua intervenção, Silva Lopes foi perentório: «Sem dúvida. Mal de nós se ela [ajuda] não for dada».

Defendendo que hoje esta «é a opinião geral», o economista foi mais longe: «Suponho que o próprio Governo tem essa opinião embora, por razões que a gente também compreende, não o diga».

Confrontado com as declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre um possível ajustamento ao programa de ajuda económica e financeira - «nem mais tempo nem mais dinheiro» - Silva Lopes afirmou que «como político, ele terá que dizer isso» embora vá «mudar de opinião».

«Nós não vamos voltar aos mercados tão depressa e precisamos, durante algum tempo, ainda de ir aumentando a dívida. Eu acredito que lá para o outono vamos ter que o fazer [pedir mais dinheiro à troika] e mal de nós se isso não acontecer», enfatizou.

Defendendo «mais dinheiro e taxas de juro mais baixas da área oficial», o ex-ministro das Finanças disse aceitar «mudanças no programa de ajustamento», exceto «se elas implicarem uma austeridade ainda muito maior do que a que há agora».

«Os gregos só param quando estiverem no zero. E nós corremos o risco de nos acontecer o mesmo. Nós vamos um bocado atrás da Grécia mas tenho algum receio que o itinerário seja do mesmo estilo».

Durante a sua intervenção, Silva Lopes também avisou que Portugal caminha para o subdesenvolvimento.

Questionado pelos jornalistas sobre a forma de travar esse processo, o economista disse que Portugal precisava «de duas coisas essenciais, além das reformas estruturais que estão a ser feitas», sendo estas «mais investimento e a retenção do capital humano», ambas muito difíceis de conseguir com a austeridade.
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