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DEO: Sindicatos reagem ao documento do governo

UGT considera que salários e pensões não vão ser desonerados, já Arménio Carlos diz que Governo continua em confronto com portugueses

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O secretário-geral da UGT considerou que as medidas previstas no DEO não vão desonerar os salários e as pensões e desrespeitam as posições que têm sido assumidas pelos parceiros sociais.

«Este DEO não tem novidades, não desonera os salários e as pensões e até traz algumas penalizações», disse Carlos Silva à agência Lusa.

O sindicalista lamentou que o documento não inclua uma estratégia para o crescimento da economia e do emprego e insista no aumento do IVA e da Taxa Social Única e na penalização das pensões acima dos 1.000 euros.

«Isto é um desrespeito pela posição e pelos contributos dados pelos parceiros sociais», afirmou o líder da UGT acusando o Governo de só olhar para a execução orçamental.

Governo continua em confronto com portugueses

O secretário-geral da CGTP considerou que as medidas previstas no DEO confirmam que o Governo vai continuar em confronto com a maioria da população portuguesa, agravando as suas condições de vida.

«As medidas hoje divulgadas confirmam que o Governo vai continuar numa linha de confronto com a maioria da população, agravando as suas condições de vida e o seu empobrecimento. A troika sai, mas continuamos entroikados», disse Arménio Carlos à agência Lusa.

Para o sindicalista, são os trabalhadores que serão mais uma vez penalizados, com o aumento do IVA e da Taxa Social Única.

A redução do poder de compra dos portugueses pode ainda ser agravada, segundo o líder da CGTP, por um previsível aumento do preço dos transportes, em consequência de uma nova redução das indemnizações compensatórias a atribuir às empresas de transportes públicos no próximo ano.

Arménio Carlos criticou ainda «a redução das remunerações na administração pública, por via da tabela salarial única e da revisão dos suplementos», e «os despedimentos, por via das rescisões por mútuo acordo e da colocação de trabalhadores em requalificação», que vão levar à redução dos serviços prestados à população.

Frente Comum exige clarificação de Tabela Remuneratória Única

A Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública exigiu que o Governo clarifique a Tabela Remuneratória Única (TRU), sustentando que a sua aplicação pode representar «um corte» nos vencimentos dos trabalhadores da administração pública.

«O Governo não pode mentir mais uma vez, tem de dizer o que é isso da Tabela Única, porque o que indicia é que vai haver um corte nos vencimentos dos trabalhadores da administração pública», disse à agência Lusa a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.

De acordo com o DEO, o Governo pretende repor gradualmente os salários dos funcionários públicos, no prazo de cinco anos, e aplicar a partir de janeiro de 2015 a TRU a todos os trabalhadores.

Ana Avoila defendeu que os funcionários públicos arriscam-se a ficar na mesma «com os salários cortados,» ao nível de 2011, dando o exemplo de um trabalhador que ficou sem 60 euros, recupera 14 euros, mas depois «acaba por não receber nada» se a TRU «lhe retirar mais um xis».

Sindicato dos Quadros Técnicos diz que os cortes vão continuar

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado realça que os funcionários públicos e reformados vão continuar com cortes nos salários e pensões, dado o aumento dos descontos para a segurança social e ao pagamento da contribuição de sustentabilidade.

Para o sindicato, os trabalhadores «vão pagar mais para a Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social.

A SQTE diz que a substituição da CES pela Contribuição de Sustentabilidade, enquanto «solução duradoura», significa que os reformados voltam «a pagar a fatura» do défice e a terem as suas pensões reduzidas.
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