Ministros precisam de «sorte e humildade»

«Sinto-me muito bem. Preciso de imensa sorte». É a primeira frase proferida publicamente pelo novo ministro das Finanças, desde que foi anunciado o seu nome para a pasta mais difícil do executivo, e resume bem a sua situação.

Vítor Gaspar falava aos jornalistas à chegada ao Palácio da Ajuda, onde o novo Governo será empossado esta terça-feira ao final da manhã pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

O ministro das Finanças chegou acompanhado de Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.

Vítor Gaspar começa com uma agenda apertada: ainda hoje recebe os representantes da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), e às 16 horas há a primeira reunião do Conselho de Ministros.

O novo responsável por uma das pastas mais difíceis tem de travar neste mandato duelos a vários níveis: político, financeiro e até familiar.

Quem também assumiu ter uma tarefa que «não é fácil» foi o novo ministro da Solidariedade e Segurança Social. Pedro Mota Soares, que chegou de mota e promete continuar a andar neste meio de transporte, afirmou estar «muito motivado» para o «muito trabalho» que tem pela frente.

«Vai ser preciso muito empenho e capacidade de trabalho», admitiu, acrescentando que a sua tarefa de «responder à exclusão social é muito importante».

Pedro Mota Soares sublinhou que «há uma enorme vocação social» no novo Governo, e que este terá que ter «muita humildade para se relacionar com a sociedade civil». Para já fica a promessa: «a repartição de sacrifícios tem de ser justa».

Já o novo ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, preferiu definir prioridades.

«A minha prioridade vai ser a concertação social, a criação de emprego, a competitividade da economia portuguesa», disse aos jornalistas à chegada a Lisboa, antes da tomada de posse.

Ainda no aeroporto da Portela e citado pela RTP, disse-se honrado por ter sido convidado, pelo que «não foi difícil aceitar».

A pasta de Álvaro Santos Pereira tem uma relação próxima com a de Vítor Gaspar, a das Finanças. E a relação dos dois titulares deverá ser igualmente próxima. «Vou dar-me muito bem, é um excelente colega, admiro muito o trabalho que tem feito», concluiu.