TSU: «Wall Street Journal» diz que «as ruas tinham razão» - TVI

TSU: «Wall Street Journal» diz que «as ruas tinham razão»

Vítor Gaspar e Pedro Passos Coelho (Manuel de Almeida/Lusa)

Jornal avisa Passos Coelho que país precisa de crescer e que mais impostos não ajudam. E alerta para semelhanças com Grécia

O jornal económico «Wall Street Journal» (WSJ) aplaude o recuo do Governo no aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, na sequência dos massivos protestos. Diz o jornal que «as ruas tinham razão».

Apesar de a maioria da imprensa internacional apelidar o recuo de Passos Coelho de fraqueza, considerando que o Governo cedeu à pressão e caiu em descrédito, o «WSJ» diz que não vale a pena «chorar o falhanço da reforma da Segurança Social» porque Portugal precisa é de crescimento e «aumentar impostos não é o caminho para lá chegar».

«Transferir as contribuições para a Segurança Social dos empregadores para os trabalhadores não reduz fundamentalmente os custos de contratar mais funcionários. Mesmo que os custos das empresas estejam mais baixos, um corte permanente no rendimento dos trabalhadores reduz os incentivos à procura de um emprego ou à sua manutenção», alega o jornal, concluindo que, com o tempo, esse efeito seria compensado, com os trabalhadores a serem mais exigentes no pagamento líquido pelos seus serviços.

Lembrando o conselho de Steve H. Hanke para a Grécia, de uma única de IVA, o «WSJ» diz que «Portugal também poderia beneficiar com isto».

Para o jornal, Portugal parece-se cada vez mais com a Grécia: as manifestações nas ruas e as medidas propostas por Passos Coelho, de aumento dos impostos sobre o rendimento do trabalho, património e capital são «perigosamente semelhantes» às opções tomadas na Grécia. «E se Atenas nada provou nos últimos dois anos, é porque não se pode tributar o caminho para um orçamento equilibrado em face do aumento do desemprego e da contração do sector privado», sublinha.

«Portugal tem sido apontado como um aluno modelo de consolidação orçamental e de reformas estruturais. Mas cumprir as metas de défice da UE e do FMI nunca deve ser considerado como um fim em si mesmo. Portugal precisa de crescimento e outra rodada de aumento de impostos não é forma de obtê-lo», conclui.
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