A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou esta segunda-feira que o exame nacional de 12º ano de Matemática A foi «mais fácil» que o de 2007, alegando que a prova contém «um grande número» de questões de resposta «imediata e elementar», escreve a agência Lusa.
«A prova comporta um grande número de questões de resposta imediata e elementar, não aferindo conhecimentos matemáticos importantes, o que perfaz um total de cinco valores. Confirma-se a tendência já patente no exame nacional do 9º ano [...]», afirma a SPM, num parecer sobre a prova realizada esta segunda-feira por mais de 38 mil alunos.
Matemática: facilitismo é um «desincentivo»
Matemática agora é «super fácil»
Por exemplo, aponta a sociedade, uma questão do grupo III «poderia ser abordada numa aula do 9º ano e resolvida por considerações de simples bom senso», enquanto outra do grupo II «pouco ou nada avalia em termos matemáticos, testando apenas a destreza no uso da calculadora».
«O grau de dificuldade deste exame é inferior ao do ano passado. O padrão utilizado pelo Gabinete de Avaliação Educacional para avaliar o desempenho dos alunos não permite distinguir aqueles que efectivamente trabalham e não ajuda os professores a incentivarem os alunos a aprofundar os seus conhecimentos», acrescenta.
No entanto, a SPM reconhece que a prova cobre o programa no essencial, sem qualquer erro científico ou de formulação, sendo a linguagem adequada e clara, «o que denota um progresso relativamente às questões demasiado palavrosas e de interpretação dúbia, habituais em anos transactos».
Acrescenta ainda que o exame contempla questões sobre temas importantes do programa do 12º ano, como continuidade, cálculo diferencial e estudo de limites, «tópicos em que professores e alunos investem bastante ao longo do ano lectivo e que não têm sido suficientemente avaliados».
Prova de Matemática B «excessivamente fácil»
Quanto à prova de Matemática B, realizada também esta segunda-feira mas por quase sete mil estudantes, a SPM considera-a «excessivamente fácil», omitindo por completo conteúdos programáticos importantes, como estatística, geometria analítica ou programação linear.
«Nos anos anteriores, os exames de Matemática B tinham um grau de dificuldade relativamente elevado, talvez até mesmo excessivo se atendermos às características dos alunos que frequentam a disciplina. Este ano, passou-se para o extremo oposto, fazendo-se uma prova demasiado fácil, que não premeia o esforço desenvolvido ao longo do ano por professores e alunos», lê-se no parecer.
Por outro lado, a SPM sublinha que o grupo IV da prova, cotado em 20 pontos numa escala de 0 a 200, está «perfeitamente ao alcance» de um aluno do 7º ano e o VI pode ser «facilmente» resolvido por um estudante do 9º ano.
Sobre o exame do 9º ano, a sociedade qualificou-o como um dos mais fáceis, «senão o mais elementar», dos últimos anos, sublinhando que «a nivelação por baixo» poderá ter custos futuros «muito graves».
Prova acessível à maioria dos alunos
Já a Associação de Professores de Matemática (APM) considerou que os exames nacionais do secundário da disciplina foram acessíveis à maioria dos alunos, não suscitando dúvidas de interpretação.
De acordo com a associação, «em condições normais», os alunos com desempenhos médios terão resultados médios, enquanto os que tenham realizado um bom trabalho ao longo do ciclo terão um bom resultado na prova, «o que é desejável no contexto de uma avaliação sumativa externa».
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Sociedade Portuguesa de Matemática critica exames
- Redação
- JCS
- 23 jun 2008, 18:57
![Alunos à saída do exame](https://img.iol.pt/image/id/6567726/1024.jpg)
Prova do 12º ano contém «um grande número de questões de resposta imediata e elementar»
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