Provas globais vão acabar - TVI

Provas globais vão acabar

Repetir os exames nacionais pode ser a solução para muitos alunos

Notícia foi dada por Marques Mendes no debate mensal parlamentar. Primeiro-ministro assume que despacho termina com as provas globais, mas garante que provas de aferição a Matemática e Português são para manter. Professores divergem. E o leitor? Concorda?

As provas globais no 9.º ano vão acabar. Segundo um despacho publicado no passado dia 10 de Janeiro, as provas a todas as disciplinas no fim deste ciclo foram extintas pelo Ministério da Educação. Mantém-se apenas os exames nacionais a Matemática e Português, assim como já existem no 4.º e 6.º.

A notícia foi dada esta quinta-feira pelo líder do PSD, Marques Mendes, no Parlamento, durante o primeiro debate mensal deste ano sobre alterações climáticas. Em resposta, o primeiro-ministro assumiu que a alteração foi feita, mas sublinhou que as provas globais eram «insignificantes e sem consequências no percurso escolar». Sócrates defendeu ainda que foi o Governo que tornou universais as provas de aferição [exames globais] nos 4.º e 6.º.

Em réplica a José Sócrates, Marques Mendes afirmou que, com esta medida, o Governo dá «uma machadada no rigor e exigência» e aumenta o nível de «facilitismo» nas escolas.

Por isso, alega o social-democrata, o «despacho passou despercebido e nem uma palavra sobre assunto» da parte do Executivo. «Até pode ter resultados no insucesso escolar», ironizou o líder do PSD, mas «não devia ser este o método a usar».

Professores divergem sobre fim de provas globais

A Fenprof alinha com Marques Mendes e diz que acabar com as provas globais no 9º ano «é inaceitável». «Acabar com as provas globais é inaceitável e contraditório», diz ao PortugalDiário Rolando Silva, secretário-nacional da Fenprof e responsável da federação pela política educativa.

Ao acabar com as provas globais às disciplinas não sujeitas a exame nacional, «valoriza-se apenas o português e a matemática. É o mesmo que dizer que o resto não interessa», explica o representante dos professores.

«No 9º ano, é suposto fazer-se um balanço da aprendizagem no 2º ciclo. Um trabalho final é pontual, não avalia nada», conclui.

Já a FNE concorda com José Sócrates quando o primeiro-ministro diz que as provas globais «são insignificantes».

«São um peso burocrático de avaliação dos alunos completamente desnecessário. Há muito que esta medida devia ter sido anunciada e só peca por tardia», diz ao PortugalDiário José Ricardo Nunes, vice-secretário-geral da FNE.

O responsável concorda que a «tónica seja posta no português e na matemática», até porque «quem não domina estas duas disciplinas, não consegue dominar as outras».

E o leitor? Concorda com o fim das provas globais?
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