Novas escolas «sem condições»

Os pais dos alunos de quatro das 17 escolas encerradas, pelo Ministério da Educação, no concelho de Sernancelhe impediram os filhos de ir para as escolas de acolhimento, disse à Agência Lusa o presidente da autarquia.

Maria João Espírito Santo, mãe de uma aluna do Granjal, explicou à Lusa que não há condições de transporte para Sernancelhe, a cerca de cinco quilómetros, nem na escola de acolhimento, e que, por isso, os sete alunos da localidade ficarão sem aulas até o problema se resolver.

Aquela mãe contou que, por ser o primeiro dia de aulas, cerca das 08:30 desta quarta-feira, os pais foram à paragem do autocarro que deveria levar os filhos para Sernancelhe e se depararam «com um autocarro sem um auxiliar». «Não havia lá ninguém para receber as crianças e para as deixar na escola, que não conhecem, nem sequer no primeiro dia de aulas», lamentou.

Por isso, os pais não deixaram os filhos no autocarro e deslocaram-se para a escola do Granjal, que «tem precisamente as mesmas condições da de Sernancelhe, só tem menos salas».

«Até pratos temos de mandar para Sernancelhe para eles comerem, na mesma mesa onde estão durante as aulas», criticou Maria João, acrescentando: «se queriam tirar as crianças do Granjal, então pelo menos arranjavam um refeitório».

O autarca social-democrata lamenta que os responsáveis pelo agrupamento escolar de Sernancelhe não tenham dado os devidos esclarecimentos aos pais numa reunião realizada domingo. «Na reunião atiraram as culpas todas para a Câmara.

Nós não enjeitamos que os transportes e as refeições são da nossa responsabilidade, mas deviam ter explicado aos pais que, como o transporte das crianças é feito numa carreira pública, a lei não prevê a presença de vigilantes e que tinham de pagar 1,38 euros por refeição», acrescentou.

Na sua opinião, «a verdade é o melhor instrumento» e, por isso, os pais deviam ter sido esclarecidos de que a situação actual é provisória.