Macacos e pombos com memória de elefante

Os babuínos e os pombos têm uma memória visual «de elefante», de acordo com os resultados do primeiro estudo de psicologia experimental dedicado a este tema, noticia a agência Lusa.

O trabalho vem publicado na edição desta terça-feira da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), com as assinaturas de Joel Fagot (do Centro Nacional da Investigação Científica de França), que trabalhou com os primatas, e de Robert Cook (da Universidade de Tufts, em Boston), que estudou as aves.

As duas espécies foram submetidas ao mesmo tipo de experiência: colocados frente ao ecrã de um computador, dois babuínos da Guiné machos e dois pombos tinham de associar uma imagem a um círculo ou uma cruz mostrados imediatamente a seguir e exprimir essa associação por meio de uma manivela, os primeiros, ou de bicadas, os segundos.

Em cinco anos, os pombos memorizaram um mínimo de 800 a 1.200 imagens e resolveram a tarefa com 3.000 imagens.

Quanto aos macacos, guardaram na memória entre 3.500 e 5.000 imagens após três anos e meio de treino e obtiveram resulta dos positivos com 6.000.

Embora os pombos pareçam ter atingido os seus limites, «pode estimar-se, por extrapolação, que o desempenho medido nos babuínos é inferior às suas capacidades reais, já que continuaram a responder oito vezes em dez de forma correcta no fim da aprendizagem», afirmou Joel Fagot.

Nas duas espécies, segundo os investigadores, as imagens aprendidas no início e no fim da aprendizagem ficaram melhor fixadas do que as aprendidas no m eio do trabalho.

Além disso, os babuínos e os pombos apresentam também as mesmas velocidades de esquecimento.

Na óptica dos cientistas, a evolução parece ter tido um forte impacto nas capacidades de memória, sendo que a expansão destas estará porventura na origem da inteligência humana.