Ministra das Finanças disponível para substituir Durão Barroso - TVI

Ministra das Finanças disponível para substituir Durão Barroso

Manuela Ferreira Leite - PSD

A ministra das Finanças manifestou-se terça à noite contra eleições antecipadas, bem como disponível para substituir o primeiro- ministro na liderança do Governo de gestão.

Esta situação, refere a mesma será caso este se veja impossibilitado de exercer o cargo.

Em declarações à Lusa, Manuela Ferreira Leite, que se opôs à forma como foi eleito o sucessor de Durão Barroso na liderança do PSD (Conselho Nacional em vez de Congresso extraordinário), disse que a eventual realização de eleições antecipadas seria uma «causa de instabilidade política e enviaria um sinal negativo para a economia».

Na sua primeira declaração pública sobre a questão, a ministra das Finanças disse compreender a oposição demonstrada por muitos empresários portugueses face a eleições antecipadas, na sequência da demissão do primeiro-ministro, Durão Barroso, que foi indigitado para presidente da Comissão Europeia.

O pedido de demissão de Barroso foi aceite terça-feira pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, pelo que o actual Governo se encontra em gestão.

Manuela Ferreira Leite considerou que essa oposição de empresários e banqueiros se deve «ao receio de instabilidade na economia».

Como sinal dessa instabilidade, destacou «a tardia aprovação do Orçamento do Estado» de 2005.

A ministra, que é a segunda na hierarquia do Governo, comentou ainda a eventualidade de substituir Durão Barroso no actual executivo de gestão, caso o primeiro-ministro cessante seja impossibilitado de exercer o cargo devido às suas funções de presidente indigitado da Comissão Europeia.

«O costume sempre foi esse, de eu substituir o senhor primeiro-ministro em caso de impossibilidade, pelo que não há qualquer motivo para que este costume se altere», afirmou Manuela Ferreira Leite.

Durão Barroso admitiu já a possibilidade de nomear um dos seus ministros para o substituir na chefia do Governo de gestão, caso as suas novas funções enquanto presidente indigitado da Comissão Europeia o impeçam de o fazer.

A ministra das Finanças é a segunda figura na hierarquia do Governo, considerando que esse factor e o costume praticado até aqui tornam «uma escolha natural» a sua designação para substituir Durão Barroso.

«Não sou irresponsável. Desempenharei sempre as minhas funções com a mesma responsabilidade, até ao dia em que este Governo cessar as suas funções», acrescentou.

Ferreira Leite escusou-se a revelar se já foi contactada nesse sentido por Durão Barroso e se estaria disponível para participar no próximo Governo, que pode resultar de eleições antecipadas ou da designação de um novo primeiro-ministro, a que se seguiria uma remodelação.
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