Patrões defendem mais facilidades para despedir - TVI

Patrões defendem mais facilidades para despedir

  • Catarina Craveiro
  • 28 nov 2006, 13:52
Classificados IOL Emprego

A Confederação Industrial Portuguesa (CIP) defende o conceito de «flexigurança» e a sua aplicação em Portugal.

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O responsável da organização patronal, Heitor Salgueiro disse, à margem da Comissão Parlamentar do Trabalho e Segurança Social, que os trabalhadores não devem ter uma ligação ao posto de trabalho, mas sim a um emprego, ou seja, tem que existir a garantia que, quando um trabalhador é despedido, é integrado noutro local.

Já o líder da central sindical CGTP, Carvalho da Silva, considera o conceito, caso seja aplicado em Portugal, «é uma mentira».

É que o modelo é usado em países como a Dinamarca ou a Holanda e, lembra Carvalho da Silva, «os portugueses não têm um sistema de protecção social nem o nível salarial que têm os dinamarqueses e não estamos a ver que em Portugal o subsídio de desemprego venha a ser 90% do salário (como acontece na Dinamarca)».

Além disso, a CGTP não acredita que em Portugal existam estruturas de emprego que garantam que quando uma pessoa vai para o desemprego, seja imediatamente recolocada, sem afectar o salário.

«Flexigurança em Portugal significa liberdade para despedir», diz.

Já a UGT diz que a questão da flexigurança está presente na agenda de trabalho da central sindical, uma vez que associar a flexibilidade à segurança é muito importante.

No entanto, Paula Bernardo da Comissão Permanente da UGT, defende que tem que existir um «equilíbrio entre as duas componentes, e olhar para uma adaptabilidade a cada sector de trabalho».

A mesma responsável alertou ainda para um risco que o conceito pode abarcar.

«O risco é que se avance na flexibilidade, que é importante para as empresas, e se esqueça a segurança, que é essencial ao trabalhador».



O «Diário Económico» avança que o Governo está a estudar a adopção deste conceito em Portugal, o que foi já desmentido pelo Executivo. O mesmo admite estar a preparar uma revisão ao Código do Trabalho, que pode basear-se no conceito de «flexigurança».
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