Timor-Leste reconhece «agitação e sobressalto» com expulsões - TVI

Timor-Leste reconhece «agitação e sobressalto» com expulsões

Taur Matan Ruak (Reuters)

Presidente do país quebrou o silêncio em declaração à imprensa, invocando que «edificar e fortalecer o Estado de Direito» é um desafio que Timor escolheu

Quatro dias depois de ter ordenado a expulsão de vários magistrados, incluindo portugueses, o Presidente de Timor-Leste quebrou o silêncio. Numa declaração à imprensa, Taur Matan Ruak explicou que o fortalecimento do Estado de Direito é um desafio que o país escolheu, embora reconheça que a decisão tomada provocou «agitação e sobressalto» tanto no país, como no estrangeiro, atingindo «amigos de Timor-Leste». 

«Edificar e fortalecer o Estado de Direito democrático é um desafio que escolhemos e que exige de nós um diálogo persistente na certeza de que alcançaremos este nosso objetivo», referiu o chefe de Estado timorense, na declaração lida à imprensa pelo chefe da Casa Civil, Fidélis de Magalhães.

«O Presidente da República, chefe do Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas saúda a maturidade demonstrada pelo nosso povo e a serenidade revelada pelos tribunais e está seguro que a continuação do diálogo permitirá ultrapassar mais este escolho»., cita a Lusa,

Uma situação que o Presidente de Timor-Leste reconhece que criou «agitação e sobressalto no país e no estrangeiro». Mais ainda: atingiu países «amigos de Timor-Leste», como Portugal e Cabo Verde. «Nesta ocasião, o Presidente da República reitera o seu empenho no reforço continuado das relações de profunda amizade e cooperação com os Estados irmãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa», afirmou, depois.

A ministra da Justiça defendeu na quinta-feira que «não foi respeitado o princípio da separação de poderes» no caso da expulsão dos magistrados. Paula Teixeira da Cruz confirmou o que já tinha sido dito pelo primeiro-ministro e pelo ministério dos Negócios Estrangeiros: que a cooperação judiciária com o país está suspensa para reavaliação. Passos Coelho chegou mesmo a dizer que «muita água vai ter de correr» para que os dois países possam voltar a cooperar nesta matéria. Entretanto, todos os funcionários judiciais portugueses já abandonaram o país.
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