Suspeito tinha sangue na roupa

O suspeito da morte de uma investigadora portuguesa, Vanessa Sequeira, na Amazónia, detido pelas autoridades brasileiras, já foi ouvido e negou a autoria do crime, apesar dos «fortes indícios» encontrados pela polícia, noticia o jornal brasileiro A Tribuna.

Em declarações à imprensa local, o delegado João Augusto Fernandes, que interrogou o suspeito, Raimundo Nonato, não tem dúvidas de que o detido é o autor do delito, porque, durante seu depoimento, «cometeu uma série de contradições».

Raimundo Nonato foi visto perto do local do crime à hora que Vanessa Sequeira teria sido morta e a roupa que vestia, quando foi detido, estava manchada com sangue. A polícia apreendeu ainda uma bicicleta supostamente utilizada pelo acusado no dia do crime.

O detido já cumpriu pena no Estado do Amazonas por um crime semelhante. Há mais de 12 anos, estrangulou e violou uma jovem em Boca do Acre. Mas depois de cumprir dez anos de cadeia saiu em liberdade condicional.

O corpo de Vanessa Cerqueira, que efectuava uma pesquisa na Amazónia brasileira para uma universidade da Costa Rica, foi encontrado segunda-feira num local conhecido como Toco Preto, a cerca de 145 quilómetros de Rio Branco, capital do estado amazónico de Acre.

A policia encontrou na margem de um riacho, próximo do local onde Vanessa tinha almoçado, as calças que a jovem vestia nesse dia. No local havia vestígios de luta e um pedaço de pau sujo de sangue. Depois seguiram um trilho e conseguiram localizar o corpo, despido, oculto na água.

Flávio Marques Torres, chefe de Polícia da cidade de Sena Madureira, afirmou à Agência Lusa que a investigadora estava a tomar banho no riacho quando o criminoso se aproximou e, supostamente, a violou, matando-a em seguida com «diversos golpes com um pedaço de madeira», nomeadamente na cabeça.

«Após o assassínio, o agressor voltou a violentar a vítima, e arrastou o corpo por cerca de 200 metros para o meio da floresta», afirmou à Lusa a mesma fonte.

Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse ao PortugalDiário que a investigação está a ser conduzida pela polícia brasileira. As autoridades portuguesas estão «para já», apenas a acompanhar a evolução do inquérito.

As autoridades diplomáticas já entraram em contacto com a família. O corpo de Vanessa foi autopsiado e deverá ser trasladado para a Portugal ainda esta terça-feira.

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