Jovens latino-americanos rejeitados na fronteira - TVI

Jovens latino-americanos rejeitados na fronteira

  • Portugal Diário
  • 23 mar 2007, 12:45

Sete mil crianças e adolescentes são detidos quando tentam entrar nos EUA

Todos os anos são detidos cerca de sete mil menores, que tentam passar ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos, com a esperança de encontrarem uma vida melhor, noticia o jornal espanhol El País, contando o caso de duas jovens que o tentaram fazer, mas foram apanhadas.

Roxana, uma hondurenha de 17 anos, viajou com aos seus irmãos, também menores, com destino aos Estados Unidos, com o firme propósito de reencontrar a sua mãe, que se mudou para lá há seis anos à procura de melhores condições de vida.

«A minha mãe deixou-nos com uma tia e prometeu que iríamos para lá assim que se estabelecesse nos EUA», afirmou a jovem, que não vê a sua mãe desde que esta partiu de Honduras à procura de trabalho.

A jovem, que se identifica unicamente pelo primeiro nome, recordou que os seus irmãos esperam constantemente o regresso da sua mãe e por isso decidiram iniciar a viagem de reencontro até aos Estados Unidos.

Durante um mês, viajaram em comboios e camiões acompanhados de um coyote, a quem deram o pouco dinheiro que tinham, mas a partir de Matamoros, no México, continuaram o trajecto sozinhos.

Ao tentarem cruzar a fronteira foram detidos perto de Rio Bravo, por agentes da Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos, que os levaram para o albergue South West, em El Paso.

«Contactámos a nossa mãe mas ela está na Pensilvânia e disse que não pode vir ter connosco», afirmou a menor desconsolada, recordando o frio e a fome que passaram.

A directora do albergue, Adriana Sáenz, comentou que a mãe dos menores se casou nos Estados Unidos e que tem uma filha com um ano.

Jazmín: outro caso

Assim como Roxana e os seus irmãos, Jazmín, uma jovem de 16 anos, também natural de Honduras, iniciou a sua viagem em direcção aos Estados Unidos com a esperança de um futuro melhor. Durante a viagem assegura que viveu vários abusos e foi sequestrada em várias ocasiões.

A primeira conteceu no México quando três polícias do Distrito Federal a prenderam durante vários dias, e na segunda foram coyotes que a apanharam juntamente com outras jovens.

«Uma rapariga ajudou-me a escapar», afirmou Jazmín, que assim que se viu em liberdade procurou ajuda num centro de assistência a imigrantes.

Ambas as jovens recebem assistência legal por parte da organização dos Serviços para Imigrantes das Américas, que se encarrega dos jovens que tentam atravessar a fronteira sozinhos, até que algum familiar os vá buscar, ou que tenham a hipótese de voltarem aos seus países sem que sejam deportados.
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