Colômbia: FARC já não devolvem reféns - TVI

Colômbia: FARC já não devolvem reféns

  • Portugal Diário
  • 1 jan 2008, 17:33

Guerrilha anunciou por carta a suspensão da operação por razões de segurança

Fracassou a libertação de reféns detidos pelos rebeldes das FARC. As Forças Armadas Rebeldes da Colômbia suspenderam a libertação dos três reféns, aguardada há vários dias, por razões de segurança.

Segundo dão conta agências internacionais, o presidente colombiano Álvaro Uribe desmente a guerrilha, dizendo ter aceitado a criação de um corredor humanitário na zona. Encarregue de proceder às negociações, Hugo Chávez, acusa o seu homólogo colombiano de «dinamitar» as negociações.

A suspensão das operações foi anunciada numa carta da guerrilha enviada ao presidente venezuelano, promotor da operação para libertar Clara Rojas, colaboradora da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, do seu filho Emanuel, nascido em cativeiro, e da antiga deputada antiga deputada colombiana Consuelo Gonzalez, sequestrados em 2002.

«Senhor Presidente, as intensas operações militares que estão em curso na zona impedem-nos, de momento, de lhe entregarmos os três reféns, como era nossa vontade», refere a missiva das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, lida ontem à noite na televisão por Chávez.

«Insistir [na libertação] nas actuais condições poria em risco a vida das pessoas a libertar, dos outros prisioneiros de guerra e dos guerrilheiros nomeados para cumprir esta missão», acrescenta a carta, com data de 30 de Dezembro, mas apenas conhecida esta segunda-feira.

Chávez não desiste dos reféns e «ataca» Uribe

O presidente Hugo Chávez não quer desistir da libertação e insiste que «a operação não terminou» com esta suspensão. «Vamos continuar com outras opções», afirmou. O presidente venezuelano acusa o seu homólogo colombiano de ter «dinamitado a terceira fase da operação».

O presidente Uribe revelou esta semana que o filho de Clara Rojas, nascido em cativeiro, poderá ser a criança encontrada em Julho do ano passado no Sudeste da Colômbia, explicando que as amostras de ADN recolhidas na criança serão comparadas com as da avó, que há vários dias esperava a libertação de Clara no aeroporto de Caracas, na Venezuela.

«Será que [Uribe] não podia ter esperado mais um dia?» para contar esta história, lamentou Chávez, depois de o seu homólogo ter admitido a hipótese de lançar uma operação militar para os resgatar.

Uribe, que se deslocou ao centro de operações da missão, estacionada em Villavicencio, no centro da Colômbia, reafirmou que foram dadas todas as garantias ao Governo venezuelano para realizar a missão e que todas as condições estavam reunidas. «O que fizeram as FARC? Mantêm a sua atitude de mentira, de engano», afirmou, acusando os guerrilheiros de atrasarem deliberadamente a missão, por não poderem cumprir a promessa de libertar os reféns «um dos quais já não está em seu poder».
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