Dia da Mulher festejado em todo o mundo - TVI

Dia da Mulher festejado em todo o mundo

  • Portugal Diário
  • 8 mar 2007, 10:39
Manifestação nas Filipinas (foto Lusa)

Desde Portugal, passando pela Guiné-Bissau e Macau

O Dia Internacional da Mulher é festejado esta quinta-feira em todo o mundo, com várias iniciativas que visam chamar a atenção para situações que continuam a preocupar o sexo feminino. Em Portugal o destaque vai para os alertas sobre a multiplicação de casos de violação dos seus direitos.

Isto porque, segundo a Associação de Apoio à Vítima (APAV), em 2006 registaram-se em Portugal 22 casos de homicídio ou tentativa de homicídio contra mulheres e mais de 13 mil crimes de violência doméstica. Cerca de 30 por cento das vítimas de homicídio ou tentativa de homicídio residiam no concelho de Cascais, mas também em Sintra, Porto e Vila Nova de Gaia registaram valores na ordem dos nove por cento, revela a agência Lusa.

Portugal acaba por não conseguir fugir a uma realidade mundial, pois uma em cada cinco mulheres sofre uma violação ou uma tentativa de violação pelo menos uma vez na vida, tanto às mãos de conhecidos e familiares como de membros de forças de segurança, segundo dados da Amnistia Internacional.

Casamento forçado

Na Guiné-Bissau, por exemplo, a impossibilidade de escolher um marido e os casamentos forçados continuam a fazer parte da realidade de muitas jovens, que acabam por procurar refúgio nas igrejas. Neste país africano o Dia Internacional da Mulher é transformado em feriado, mas continua a haver muitas jovens contrariadas e com motivos de queixa por tratamento desigual.

Segundo relata a agência Lusa, numa reportagem sobre este tema, muitas mulheres decidiram refugiar-se na Igreja Evangélica, que tem vindo a denunciar várias situações. «Queriam que eu me casasse com um homem que tinha idade para ser meu pai e não era crente. Recusei e fugi para a missão» evangélica de Bolama, confessou Filomena Qsin.

Os casos similares repetem-se, uma vez que o casamento forçado é uma prática ancestral enraizada entre as etnias animistas da Guiné-Bissau, sobretudo entre os balantas (principal grupo étnico do país) e os papéis, a que pertence, por exemplo, o Presidente «Nino» Vieira.

Aumento de licença de maternidade

Do outro lado do mundo, a Associação das Mulheres de Macau está a promover uma petição para entregar às autoridades com a proposta de aumentar para 56 dias os actuais 35 dias de licença de maternidade.

Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, o Instituto Português do Oriente realiza ao final da tarde no Café Oriente, nas suas instalações, uma «conversa informal» sobre o papel da mulher na sociedade.

Por todo o mundo, as mulheres continuam a celebrar o dia (8 de Março de 1857) em que 130 mulheres entraram em greve e morreram queimadas dentro de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque. Outra paralisação, desta vez na Rússia, também colaborou com a instituição do Dia Internacional da Mulher, uma vez que entraram em greve para pedir a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas e o direito à licença de maternidade. A polícia interveio. As mulheres foram trancadas na fábrica e morreram carbonizadas.

Em 1910, foi decidido que o Dia Internacional da Mulher seria no dia 8 de Março, mas a data só foi reconhecida em 1975 pela Organização das Nações Unidas.
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