Descoberta portuguesa vai melhorar medicamentos - TVI

Descoberta portuguesa vai melhorar medicamentos

  • Portugal Diário
  • 9 ago 2007, 17:45
Ciência (arquivo)

Bactérias adaptam-se mais rapidamente do que era admitido, revela estudo

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As bactérias adaptam-se mil vezes mais rapidamente do que até agora se admitia, uma descoberta de quatro investigadoras portuguesas que poderá ter impacto na saúde pública por medir a capacidade de resistência a tratamentos e antibióticos, noticia a Lusa.

Totalmente financiado e realizado em Portugal, o estudo que será publicado sexta-feira na revista Science utilizou uma técnica para identificar as mutações das bactérias que lhes conferem vantagens em termos da capacidade de resistência, concluindo que estes organismos «têm um potencial adaptativo extraordinariamente elevado».

Em declarações à agência Lusa, Isabel Gordo, umas das quatro investigadoras do Instituto Gulbenkian de Ciência, explicou que as bactérias «adaptam-se muito mais rapidamente do que até agora era admitido».

«Pensava-se que tinham uma capacidade de adaptação mil vezes inferior ao que observámos. Este estudo é um contributo substancial para a compreensão de um problema central na teoria da evolução», afirmou.

De acordo com a responsável, as conclusões desta pesquisa «têm implicações importantes ao nível da saúde pública, nomeadamente na resistência a antibióticos e medicamentos».

«Seriam precisos cerca de vinte mil anos para tirar conclusões de um processo semelhante na espécie humana, já que o estudo analisou mil gerações de bactérias e, em humanos, cerca de 20 anos separam cada geração», explicou.

Este é o primeiro trabalho da investigadora que será publicado na revista Science, motivo de enorme satisfação e orgulho para Isabel Gordo, bem como para as três colegas que consigo trabalharam neste projecto. «A Science é tudo o que um investigador pode querer no seu currículo», afirmou.

Esta será a quinta publicação do Instituto Gulbenkian de Ciência na Science e nas revistas do grupo Nature, só em 2007.
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