Durão «enfiou cabeça na areia»

Os socialistas europeus, o segundo maior grupo do Parlamento Europeu, consideram que Durão Barroso «enterrou a cabeça na areia» e acusam-no de «inacção inaceitável» em vários domínios em que pedem aos líderes dos 27 para «assumir as suas responsabilidades», escreve a Lusa.

O apelo é feito numa carta aberta enviada aos chefes de Estado e de Governo dos 27 e ao presidente da Comissão Europeia uma semana antes da Cimeira da Primavera dos chefes de Estado e de Governo União Europeia, que se realiza em Bruxelas quinta e sexta-feira da próxima semana e em que será feita a análise anual da Estratégia de Lisboa de modernização da economia europeia.

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«Enquanto 78 milhões de europeus estão ameaçados de pobreza e a UE enfrenta os desafios do desemprego, exclusão social, alterações climáticas e instabilidade financeira, o presidente da Comissão Europeia continua a ignorar os apelos do Parlamento Europeu», afirma o líder dos socialistas europeus, Martin Schulz.

O grupo socialista no Parlamento Europeu lança um «apelo solene» aos líderes europeus no sentido de serem tomadas medidas em cinco domínios que consideram prioritários e que, segundo eles, foram «abandonados pela Comissão Barroso».

Durão sem resposta

Na carta é referido que o Parlamento Europeu se pronunciou por uma grande maioria em Novembro e Fevereiro passados por «alterações» na Estratégia de Lisboa, mas Durão Barroso «não conseguiu dar uma resposta apropriada».

O grupo socialista considera «a inacção de Barroso inaceitável e estima que chegou o momento do Conselho Europeu assumir as suas responsabilidades».

Em resposta, o porta-voz da Comissão Europeia, Johannes Laitenberger, refutou as críticas e comentou que, «pelos vistos, Bruxelas não está imune à política partidária» e as eleições do próximo ano - para o Parlamento Europeu, poucos meses antes do final do mandato do actual executivo comunitário - estão já a suscitar movimentações».

Estratégia de Lisboa

Os socialistas pedem aos 27 para tomar medidas para reforçar a integração e protecção social; implementar normas sociais mínimas com carácter vinculativo; valorizar o papel económico e social dos serviços públicos; aumentar a coordenação dos investimentos públicos e privados em vários domínios considerados prioritários; e permitir um aumento da transparência nos mercados financeiros.

A estratégia de Lisboa foi delineada na capital portuguesa em 2000 como forma de modernizar a economia europeia de forma a ultrapassar, até 2010, o dinamismo e o desenvolvimento da economia norte-americana.