Chade: sete tripulantes espanhóis retidos - TVI

Chade: sete tripulantes espanhóis retidos

  • Portugal Diário
  • 26 out 2007, 22:58

Autoridades locais investigam as suspeitas do rapto de 103 crianças para França

Sete espanhóis, tripulantes do avião charter contratado pela organização não-governamental francesa Arco de Zoe, estão retidos no Chade, enquanto as autoridades locais investigam as suspeitas do rapto de 103 crianças para França, noticia a Lusa.

Fontes do Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros disseram à agência EFE que, como a Espanha não conta com representação diplomática no Chade, está a ser deslocado um responsável da Embaixada dos Camarões para acompanhar a situação, enquanto Madrid está em contacto com o Alto Comissariado para os Refugiados (ACNUR).

Os tripulantes do avião da companhia aérea (de voos charter) Girjet foram detidos porque a aeronave não tinha permissão para aterrar no aérodromo de Abeche, uma localidade perto da fronteira com o Sudão, onde a Arco de Zoe tencionava embarcar as crianças.

Aparentemente, os espanhóis também foram acusados, tal como os nove franceses (seis membros da ONG e três jornalistas), de tráfico ilegal de menores, de acordo com fontes diplomáticas espanholas.

A Arco de Zoe tencionava transportar 103 crianças africanas, entre os 3 e os 8 anos, para França, onde seriam adoptados por famílias francesas que tinham pago entre 1.400 e 6.000 euros.

As autoridades chadianas denunciaram que as crianças foram sequestradas na fronteira entre o Chade e o Sudão. O Presidente do Chade, Idriss Deby Itno, declarou hoje que os responsáveis pela controversa e fracassada operação serão «severamente castigados».

A associação Arco de Zoe afirma ter montado a operação, designada «Salvação das Crianças», para «salvar da morte» orfãos afectados pela guerra civil em Darfur, que seriam «acolhidos» por famílias em França.

Garante também que as autoridades francesas e chadianas conheciam perfeitamente o seu projecto de trazer as crianças, que, agora, estão num centro de Abéché, sob a protecção das autoridades chadianas e do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). No entanto, o ministro chadiano do Interior, Ahmat Bachir, disse hoje que as autoridades chadianas não estavam a par da operação da ONG.
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