Guantanamo: UE deve ajudar EUA - TVI

Guantanamo: UE deve ajudar EUA

Prisão de Guantanamo (foto Lusa)

Human Rights Watch apelou à Europa que aceite os detidos que não possam ser repatriados

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A Human Rights Watch apelou este sábado à União Europeia que ajude o Governo norte-americano a encerrar a base naval de Guantanamo, aceitando os detidos que não possam ser repatriados por risco de sofrerem represálias nos seus países de origem, escreve a Lusa.

Em comunicado, a organização de direitos humanos afirmou na sexta-feira em comunicado que os líderes europeus deveriam dar resposta positiva ao pedido formal de Washington para que a União Europeia receba os detidos da base naval norte-americana de Guantanamo, em Cuba.

«O problema de Guantanamo»

A directora para os assuntos de terrorismo e contra terrorismo da organização, Joanne Mariner, adverte no comunicado que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não pode resolver «o problema de Guantanamo» sozinho.

«Os aliados europeus têm pedido há muito tempo o encerramento de Guantanamo e agora têm a oportunidade de o tornar realidade», acrescenta.

Entre 50 e 60 dos 240 presos que permanecem na base norte-americana já expressaram aos seus advogados que têm medo de sofrer represálias ou ser torturados caso regressem aos seus países de origem, entre eles encontram-se a Líbia, Tunísia, China e Argélia.

Sem destino

Segundo a organização, alguns destes detidos já têm há vários anos autorização para abandonar Guantanamo, mas não têm para onde ir porque nem os Estados Unidos, nem um terceiro país os querem acolher.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia anunciou que os EUA pediram formalmente à União Europeia para acolher antigos detidos de Guantanamo e prometeram dar «todas as informações necessárias» aos países europeus que os recebam.

O pedido formal dos Estados Unidos vai ser discutido segunda-feira numa reunião de ministros da Justiça e do Interior da UE no Luxemburgo.

Uma das questões mais sensíveis prende-se com a liberdade de circulação dos ex-detidos que vierem a ser acolhidos no Espaço Schengen.

Alguns países europeus - Portugal, Espanha, França e Itália, entre outros - manifestaram disponibilidade para acolher ex-detidos, mas a questão divide a UE: Áustria, Dinamarca, Suécia e Holanda recusaram receber qualquer ex-detido.
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