McCain defende Obama e é assobiado por republicanos

Os resultados da campanha negativa dos republicanos contra Barack Obama nem sempre surtem efeitos positivos. Num evento-comício de John McCain realizado este fim-de-semana foi o próprio candidato de direita a sofrer as consequências, vendo-se forçado a defender o seu opositor, o que não foi do agrado dos seus apoiantes.

Uma mulher disse que não confiava em Obama. «Li sobre o que ele é, ele é um árabe», disse, numa referência ao nome do meio de Barack (Hussein), enquanto McCain abanava a cabeça em discordância: «Tenho de dizer que é um homem decente, com quem tenho apenas desacordos em relação a alguns temas fundamentais». O público não gostava de ouvir estas palavras e assobiava, enquanto o candidato ia acrescentando que pensava ter «capacidade para ser um melhor presidente».

Outro apoiante, desta vez um homem, levantou a voz e disse a McCain que estava assustado com a possível presidência de Obama, para além de afirmar que é «alguém ligado aos terroristas locais». Mais uma vez, McCain discordou: «É uma pessoa a quem vocês não devem temer como presidente dos Estados Unidos. Se eu não acreditasse que poderá vira a ser um excelente presidente, não o defenderia».



Estas declarações surgem pouco depois da número dois de McCain, Sarah Palin, ter lançado a dúvida sobre ligações de Obama «com terroristas», aludindo a Bill Ayers, militante de extrema-direita dos anos 60 que cometeu atentados nos Estados Unidos.

Entretanto, Obama já agradeceu a atitude de John McCain. «Sou alguém que acredita que nos podemos respeitar uns aos outros, mesmo quando discordamos, especialmente quando se trata de um veterano de guerra, porque essas pessoas colocaram as suas vidas à disposição para proteger-nos», disse.