Julgamento de jornalista que atirou sapatos a Bush adiado - TVI

Julgamento de jornalista que atirou sapatos a Bush adiado

Jornalista tenta atingir presidente Bush

Juiz quer saber se visita do presidente dos EUA teve carácter oficial

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O julgamento de Muntazer al-Zaidi, o jornalista que lançou dois sapatos contra o ex-presidente norte-americano George W. Bush, foi esta quinta-feira adiado para 12 de Março.

O juiz do no Tribunal Criminal Central do Iraque, entidade judicial competente para questões de terrorismo, situado na «Zona Verde», sector ultra-protegido da capital iraquiana, quer saber se a visita de Bush ao país tinha carácter oficial.

Al-Zaidi, de 30 anos, e que incorre numa eventual pena de prisão de 15 anos por «agressão contra um chefe de Estado estrangeiro», foi largamente elogiado pelo gesto em vários países do mundo, principalmente nos Estados árabes.

«Exigimos a anulação do julgamento e a libertação» do jornalista, declarou quarta-feira Dhiaa al-Saadi, que dirige a equipa de defesa, composta por 25 advogados. «Ele só protestou contra a ocupação», adiantou.

A 14 de Dezembro de 2008, durante uma conferência de imprensa conjunta de George W. Bush e do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, Al-Zaidi levantou-se subitamente, gritou «isto é o beijo do adeus, cão», descalçou-se e atirou os sapatos contra o ex-Presidente norte-americano, mas sem o atingir.

271, talvez não fique muito entusiasmado, mas se lhe dissermos que este é o modelo do «projéctil» usado por um jornalista iraquiano contra o presidente norte-americano, George W. Bush, já fica mais interessado, não é? Pelo menos é isto que tem acontecido com milhares de pessoas.

O sapato, fabricado pela empresa turca Baydan Shoes Company, tornou-se campeão de vendas depois do incidente, tendo já ultrapassado as 300 mil encomendas desde a mítica conferência de imprensa. Segundo o presidente da empresa, Ramazan Baydan, em declarações à imprensa turca, o modelo antes conhecido apenas pelo código 271 agora já recebeu o nome de «sapato do Bush».

O empresário também contou que ele mesmo desenhou os sapatos há 10 anos atrás, mas que apenas começaram a ser vendidos há 5, principalmente para a Rússia e países do Médio Oriente. «Desenhei este modelo há 10 anos. Nunca se tornou moda. Agora é um símbolo de democracia para o povo do Iraque e estou emocionado por isso», disse.

O objectivo da empresa é usar o incidente para promover o sapato. O empresário já anunciou que dará sapatos de graça à família de Muntazer al-Zaidi, o autor da sapatada, uma vez que o seu acto foi muito bom para seu negócio.

Veja o vídeo:



George W. Bush esquivou-se prontamente aos sapatos e jornalistas iraquianos dominaram o colega até à chegada dos serviços secretos iraquianos e norte-americanos.

Segundo o artigo 223 do Código Penal iraquiano, o gesto do jornalista poderá custar-lhe entre cinco e 15 anos de prisão se for provado que foi «uma agressão caracterizada».
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