Silêncio absoluto na sucessão de Fidel - TVI

Silêncio absoluto na sucessão de Fidel

  • Portugal Diário
  • 20 fev 2008, 19:05
Fidel abandona presidência de Cuba (LUSA)

Entidades oficiais e imprensa não falam da sucessão do líder histórico

Relacionados
Um silêncio absoluto está a marcar o comportamento das entidades oficiais cubanas e da própria imprensa perante a inevitável sucessão do líder histórico Fidel Castro, que renunciou terça-feira à presidência do Conselho de Estado de Cuba. Hoje, a capital Havana acordou, como no dia do anúncio da renúncia, numa absoluta normalidade com a população a trabalhar e a concretizar as suas ocupações quotidianas.

Este ambiente é também sentido no restante território da ilha, que conta com uma população global de 11 milhões de habitantes. O líder histórico renunciou terça-feira à Presidência de Cuba através de um artigo publicado no diário oficial Granma, não tendo gravado nenhuma mensagem vídeo ou áudio.

Cuba: refugiados em Portugal descrentes na mudança

Lula: «Fidel é o único mito vivo da História»

«Não aspiro, nem aceitarei - repito - não aspiro, nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e de comandante-em-chefe», escreveu Fidel Castro, 81 anos, afastado oficialmente do poder há cerca de 19 meses, devido a doença. Fidel Castro não aparece em público desde Julho de 2006.

Nas ruas de Havana, os poucos comentários que surgem sobre a sucessão de Fidel dão como segura a nomeação do irmão do líder, actual presidente interino e ministro da Defesa, Raúl Castro, mas alguns diplomatas e analistas admitem outras soluções.

Jornais não referem soluções

O nome de Carlos Lage, secretário e vice-presidente do Conselho de Estado, é uma das hipóteses avançadas. Na imprensa, as primeiras páginas dos dois únicos jornais da ilha mostram elogios ao líder comunista, mas sem nenhuma referência à sucessão e nem comentários e reacções à renúncia. Os diários Granma e Juventud Rebelde, este último da Juventude Comunista Cubana, consideram a atitude de Fidel Castro de «uma extraordinária dignidade», divulgando mensagens de lealdade de várias entidades oficiais.

Enquanto no mundo inteiro a renúncia de Castro provocou reacções de governantes e personalidades do panorama internacional, em Cuba o único nome a falar oficialmente sobre o assunto foi o presidente do parlamento, Ricardo Alarcón. Numa curta declaração, Alarcón pediu a todos os cubanos para «manterem bem alto a dignidade da pátria» de forma a torná-la ainda mais justa, livre, independente e soberana.

As eleições para a nomeação do novo Conselho de Estado estão agendadas para domingo, altura em que o mandato executivo de Fidel Castro, iniciado em 1967, ficará oficialmente terminado.
Continue a ler esta notícia

Relacionados