OMS: cinco por cento protegido contra tabaco - TVI

OMS: cinco por cento protegido contra tabaco

  • Portugal Diário
  • 7 fev 2008, 16:40
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Em 40 por cento dos países é autorizado fumar em hospitais e escolas

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Apenas cinco por cento da população mundial está protegida por leis nacionais relativas ao tabaco e em 40 por cento dos países é autorizado fumar em hospitais e escolas, informa um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), escreve a Lusa.

O relatório da OMS faz um ponto de situação sobre a luta antitabaco a nível global e apresenta um conjunto de estratégias que os Estados devem adoptar para «evitar dezenas de milhões de mortes prematuras nos próximos 50 anos».

De acordo com o documento da OMS, apenas cinco por cento da população mundial vive em países onde a publicidade e a promoção ao tabaco são totalmente proibidas e somente 15 países (onde vive seis por cento da população mundial) exigem que as embalagens de tabaco incluam alertas sobre os perigos de fumar.

O estudo da OMS salienta ainda que unicamente nove países (que representam cinco por cento da população do planeta) dispõem de serviços exclusivamente destinados ao tratamento da dependência em relação ao tabaco.

Nos países ditos de economia ou rendimento intermédio, as receitas fiscais provenientes do tabaco são mais de 4.000 vezes superiores às despesas com a luta antitabaco e nos países de fraco rendimento são mais de 9.000 vezes superiores, revela ainda o estudo.

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Já nos países mais ricos, as receitas fiscais que o tabaco proporciona são 340 vezes mais elevadas do que as somas consagradas à luta contra o tabagismo e, feita a média mundial, as receitas fiscais recebidas sobre o tabaco são 500 vezes superiores às somas gastas pelos poderes públicos para lutar contra a doença.

O estudo da OMS indica igualmente que o problema afecta sobretudo os países em desenvolvimento, onde deverão ocorrer 80 por cento dos oito milhões de mortes anuais imputáveis ao tabaco previstas para até 2030.

Segundo o documento, há uma estratégia mundial da indústria do tabaco, que orienta os jovens e os adultos nos países em desenvolvimento, sendo a escolha das jovens mulheres como alvo considerada «um dos factos mais inquietantes para a evolução da epidemia».

Com o objectivo de combater o problema, a OMS sugere um conjunto de seis estratégias: supervisionar o consumo de tabaco e as políticas de prevenção, proteger a população contra o fumo do tabaco, oferecer ajuda a quem quer parar fumar, alertar para os malefícios do tabagismo e proibir a publicidade em prol do tabaco, a promoção e o patrocínio.

Aumentar taas sobre o tabaco

A sexta recomendação vai no sentido de aumentar as taxas sobre o tabaco, o que - segundo a OMS - permitiria dispor de uma fonte de financiamento duradoura para aplicar todo o conjunto de medidas.

Actualmente, nenhum país aplica as seis estratégias e 80 por cento dos países não aplicam nenhuma, embora a Organização Mundial de Saúde defenda que as medidas propostas «estão ao alcance de todos os países, ricos ou pobres».

Para a directora-geral da OMS, a médica chinesa Margaret Chan, se as estratégias forem aplicadas simultaneamente, «há todas as possibilidades de fazer recuar esta epidemia que progride».

O relatório, baseado numa compilação de dados de 179 estados-membros da OMS, foi elaborado com o apoio financeiro do programa Bloomberg Philanthropies.
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