Bush: «A minha mulher bem me avisou» - TVI

Bush: «A minha mulher bem me avisou»

Bush receber Obama na Casa Branca

Presidente cessante confessa as declarações de que mais se arrepende e anuncia que vai escrever um livro. «Quero que as pessoas saibam o que é estar sentado na sala oval»

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George W. Bush lamenta algumas declarações que produziu sobre a luta contra o terrorismo durante os oito anos em que esteve na Casa Branca. «Lamento ter dito algumas coisas que não devia», afirmou o ainda Presidente dos EUA, numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana, CNN, citada pela EFE.

No topo das declarações mais inconvenientes está, segundo o Presidente, as produzidas a bordo do porta-aviões Abraham Lincoln, em Março de 2003, pouco depois de ter começado o ataque ao Iraque.

A imagem de Bush a discursar, tendo como pano de fundo a mensagem «Missão Cumprida», foi interpretada como o anúncio do fim da guerra no território, quando, na verdade, o conflito se arrasta até hoje, com um balanço trágico de mais de quatro mil soldados norte-americanos mortos.

«A mensagem escrita em pano de fundo era destinada aos marines do barco, mas sugeria algo mais. Alguns pensaram que Bush acreditava que a guerra tinha chegado ao fim. Eu não pensava isso, mas a mensagem potenciou o equívoco», afirmou.

Bin Laden, «vivo ou morto»

Bush arrepende-se igualmente de ter afirmado que queria apanhar o líder da al-Qaeda, Osama bin Laden «vivo ou morto». Bastaria ter dito que pretendia apanhar o cérebro dos atentados do 11 de Setembro.

«A minha mulher bem me avisou (Laura). Disse-me que, enquanto Presidente dos EUA devia ter mais cuidado com o que dizia», admitiu o governante, que deixará a solução do conflito ao seu sucessor, Barack Obama.

Bush concedeu a entrevista à «CNN», a bordo do navio «USS Intrepid», em Nova Iorque, após ter discursado no dia de homenagem aos veteranos de guerra.

Após a tomada de posse de Obama, a 20 de Janeiro, o ainda Presidente tenciona regressar ao Texas e admite: «talvez escreva um livro» em que poderá relatar as circunstâncias difíceis em que teve que tomar «decisões difíceis».

«Quero que as pessoas saibam a verdade e o que é estar sentado na sala oval», da Casa Branca, acrescentou.

Bush, que deixa a presidência dos EUA com a mais baixa taxa de popularidade de um chefe de Estado na história do país, confessa ainda os seus motivos de orgulho.

«Orgulha-me ser o comandante e chefe de gente tão solidária e valente e que se apresenta para servir o país em tempos de guerra».

«Sinto-me orgulhoso ao ver gente a alimentar as pessoas com fome. Sinto-me orgulhoso quando estou em África e vejo os voluntários a ajudarem as pessoas que estão a morrer de VIH-sida», rematou.
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