A reunião de quinta-feira do Conselho de Segurança da ONU sobre o Kosovo terminou inconclusiva, com a Sérvia e a Rússia a manterem a sua posição de recusa de independência daquele território.
A ausência de tomada de posição comum no âmbito das Nações Unidas não impedirá uma declaração unilateral de independência em Pristina, prevêem observadores.
«Que fique claro: a Sérvia não aceitará jamais qualquer violação da sua integridade territorial. Jamais reconheceremos a independência do Kosovo», declarou o ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros, Vuk Jeremic.
«Não renunciaremos [ao Kosovo], mesmo se esse acto cobarde não for impedido. Nem agora, nem dentro de um ano, nem num decénio - nunca. O Kosovo fará para sempre parte da Sérvia», acrescentou Jeremic na reunião de urgência do Conselho de Segurança convocada a pedido de Belgrado e Moscovo.
«Tomaremos todas as medidas diplomáticas, políticas e económicas para impedir e inverter este ataque directo e não provocado à nossa soberania», disse Jeremic.
O embaixador da Rússia, Vitaly Tchurkine, condenou igualmente o projecto de proclamação da independência do Kosovo, considerando-o «uma violação flagrante do direito internacional».
Segundo o diplomata, a declaração de independência viola igualmente a Carta das Nações Unidas e a Resolução 1244 do Conselho de Segurança.
Esta resolução, aprovada em Junho de 199, no final da guerra entre as tropas sérvias e a guerrilha independentista kosovar albanesa, estabelece para o Kosovo uma «autonomia substancial», reafirmando a soberania de Belgrado sobre este território, desde então administrado pela ONU.
À saída dos debates, o embaixador do Panamá, Ricardo Alberto Arias, que preside ao Conselho de Segurança em Fevereiro, indicou que não foi tomada nenhuma decisão e que a maioria dos estados-membros é de opinião de que a questão do Kosovo «já não é da alçada do Conselho de Segurança mas um assunto europeu».
Kosovo: Sérvia e Rússia não admitem independência
- Portugal Diário
- 15 fev 2008, 07:58
Reunião do Conselho de Segurança da ONU foi inconclusiva
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