Bento XVI apela ao fim da submissão africana - TVI

Bento XVI apela ao fim da submissão africana

Nações de África não devem ser «vistas apenas como destinatárias de soluções elaboradas por outros», diz o Papa

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O Papa afirmou esta sexta-feira em Luanda, perante governantes e diplomatas, que o desenvolvimento económico e social de África «requer coordenação do governo nacional, com as iniciativas regionais e com as decisões internacionais».

Saindo em defesa da capacidade africana de trilhar caminhos para a solução dos seus problemas, Bento XVI defendeu que a coordenação a que se refere pressupõe que «as nações africanas não sejam vistas apenas como destinatárias de soluções elaboradas por outros», refere a agência Lusa.

«Os africanos devem ser os agentes primários do seu desenvolvimento», defendeu o Sumo Pontífice, destacando o NEPAD, entre outras iniciativas africanas.

Bento XVI pediu aos países desenvolvidos que cumpram as promessas, nomeadamente a de destinarem 0, 7% do seu PIB para ajudas oficiais ao desenvolvimento dos países mais pobres.

Num discurso essencialmente político, o Papa lembrou ainda as «numerosas pressões sobre as famílias, ânsia e humilhação causadas pela pobreza, desemprego, doença, exílio¿ para mencionar apenas algumas».

«Particularmente inquietante é o jugo opressivo da discriminação sobre as mulheres e jovens meninas», sublinhou o Papa, apontando ainda a «violência e exploração sexual» causadora de traumas e humilhações.

Acabar com a corrupção «de uma vez por todas»

O Papa apontou ainda o que considera ser essencial para uma «democracia civil moderna». O «respeito e promoção dos Direitos Humanos», um «Governo transparente», uma «magistratura independente», uma comunicação social «livre» e «acabar de uma vez por todas com a corrupção» são alguns dos requisitos apontados por Bento XVI.

Num encontro com as autoridades políticas e civis angolanas e com o corpo diplomático no Palácio Presidencial da capital do país, o Sumo Pontífice afirmou que «Angola sabe que chegou para África o tempo da esperança».

Bento XVI disse aos governantes angolanos, na presença do corpo diplomático, que estes são «testemunhas duma Angola que se levanta» depois de 27 anos de guerra civil que «devastou o país».

«A paz começou a lançar raízes. Trazendo consigo os frutos da estabilidade e da liberdade», disse Bento XVI. O Papa considerou «palpáveis» os esforços do Governo para «estabelecer as infra-estruturas» e recriar instituições «fundamentais ao progresso e bem-estar da sociedade» que fizeram «voltar a esperança» entre os angolanos.
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