Um carro com mais de 600 quilos de explosivos rebentou contra a parede de um edifício que a polícia de Lahore, no Paquistão, utiliza para interrogar suspeitos importantes. O ataque aconteceu esta segunda-feira de manhã, matando 12 pessoas e ferindo 61, algumas em estado grave, revela a agência Reuters.
«A minha casa tremeu toda e pensei que era um terramoto», disse Mohammad Musharraf, vizinho da esquadra. Nas palavras deste paquistanês, que viu o filho ferir-se com uma janela que se deslocou por força do impacto, percebe-se bem a violência do rebentamento.
Noorul Huda, cabeça partida e enrolada num pano ensanguentado, recupera do susto. Estava na primeira aula da manhã numa escola religiosa que fica perto quando «ouvi um estrondo e partes do tecto começaram a cair sobre nós e seis ficaram feridos».
Ainda assim, Mohammad e Noorul respiram de alívio. Estão vivos. A mesma sorte não teve uma mulher e uma criança que aparentemente se dirigiam para a escola, adiantou fonte hospitalar.
O edifício alvo do ataque fica no meio de uma zona residencial. A população já tinha pedido a retirada dos interrogatórios daquele local. Tarde de mais.
O ataque não foi reivindicado, mas as suspeitas caem sobre os Talibãs paquistaneses, alegadamente em resposta à ofensiva que as autoridades do Paquistão lançaram sobre os Talibãs afegãos que usam território paquistanês. Há, inclusive, fontes militares que afirmam que o número 2 dos Talibãs afegãos, Mullah Abdul Ghani Baradar, foi detido nessa operação.
A violência tem vindo a crescer no Paquistão desde Outubro do ano passado. Os Talibãs e outros grupos armados são alegadamente responsáveis pela morte de 600 pessoas em várias cidades. Em Lahore, não foi a primeira vez. Outro ataque suicida teve lugar no mercado, em Dezembro de 2009 e resultou na morte de meia centena de pessoas.
Paquistão: ataque suicida mata 12 pessoas
- Redação
- CF
- 8 mar 2010, 09:29
Há, pelo menos, 61 feridos, muitos deles civis.
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