Brasil: Dilma convoca reunião de emergência - TVI

Brasil: Dilma convoca reunião de emergência

Um milhão de pessoas nas ruas de várias cidades. Registo de pelo menos um morto durante os protestos

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A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, marcou uma reunião de emergência com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, após mais uma noite de protestos que reuniu cerca de um milhão de pessoas em todo o país.

O encontro consta na agenda oficial de Dilma Rousseff, divulgada no final da noite de quinta-feira (madrugada de sexta-feira em Lisboa) pela assessoria da Presidência da República.

A líder brasileira já havia cancelado esta quinta-feira a viagem oficial de uma semana que faria ao Japão, a partir do próximo domingo. A justificativa, de acordo com seus assessores, era de que Dilma Rousseff preferiu não deixar o país nesse momento.

Sabe-se, porém, que a presidente pediu a vários ministros que não viajem para os estados e permaneçam nesta sexta-feira em Brasíla. Alguns dos ministros foram convocados para uma reunião no Palácio do Planalto às 9h30, o tal horário em que a agenda presidencial prevê uma audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

O tema principal do encontro deve ser a onda de manifestações por todo o país nesta quinta-feira, dia em que o Palácio do Planalto permaneceu em absoluto silêncio sobre o assunto.

Confrontos

Uma pessoa morreu esta noite e outras três ficaram feridas em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, após um condutor avançar sobre um grupo de manifestantes, informa a imprensa local.

A vítima fatal é um rapaz de 18 anos que participava nos protestos que ocorreram nas principais cidades brasileiras no final da tarde desta quinta-feira. O veículo terá avançado contra um grupo de jovens manifestantes numa das ruas que foram fechadas para o protesto, de acordo com o diário «Estado de São Paulo».

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Fernando Pimentel, descartou, entretanto, que a atual onda de protestos no seu país venha a afetar a entrada do investimento estrangeiro.

«Não creio que venha a haver problemas (com o investimento) porque as manifestações são uma demonstração da força da democracia brasileira», disse o ministro aos jornalistas durante uma visita a Caracas para subscrever um acordo com o governo venezuelano.

O ministro considerou que é «normal» haver protestos em democracia e sustentou que «desde que não haja violência» as manifestações são «legítimas».

No entanto, a violência é uma evidência nestes protestos. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, António Patriota, confirmou que os danos ao edifício do Itamaraty foram «consideráveis» e condenou os atos de vandalismo ocorridos durante a manifestação desta quinta-feira na capital brasileira.

«Fiquei muito indignado com o que ocorreu, o prédio é um património da nação brasileira, que representa a busca do entendimento pelo diálogo com base no direito, foi um ato de vandalismo que não pode se repetir», afirmou o ministro em entrevista à emissora de rádio «CBN».

Durante a manifestação, que reuniu cerca de 30 mil pessoas em Brasília na quinta-feira à noite (madrugada de sexta-feira em Lisboa), uma parte dos manifestantes tentou invadir o Palácio do Itamaraty enquanto outros atiraram pedras contra o edifício, considerado uma das grandes obras da arquitetura moderna.
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