Descobriram que estava morto porque não pagava condomínio - TVI

Descobriram que estava morto porque não pagava condomínio

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Acontecimento reacendeu o debate sobre isolamento da população idosa em França

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A descoberta do corpo de um francês de 70 anos que tinha falecido há três anos, no apartamento onde vivia, nos arredores de Paris, reacendeu o debate sobre o isolamento de idosos na França quando foi revelado, na quarta-feira. De acordo com a BBC, o homem só foi descoberto porque o condomínio da casa não era pago há muito tempo.



O corpo, em estado avançado de decomposição, foi descoberto porque o administrador do prédio onde o idoso morava, em Asnières, interpôs uma acção de cobrança para receber o condomínio atrasado.

Como não obteve nenhuma resposta às inúmeras cartas de cobrança dos condomínios atrasados, desde Janeiro de 2007, contratou um especialista em genealogia para localizar a família do idoso.

O administrador afirmou que o idoso, proprietário de um pequeno apartamento, costumava pagar o condomínio a tempo e ia muitas vezes pessoalmente ao escritório para efectuar o pagamento.

«Fizemos as nossas próprias investigações na vizinhança, que não levaram a nada. Ninguém tinha informações. Nós não temos o direito de violar as áreas privadas do prédio e não podíamos entrar no apartamento», declarou o administrador.

«Pedimos ao nosso advogado para encontrar a família e ele solicitou os serviços de um especialista em genealogia. Foi assim que o corpo pôde ser descoberto», contou.

Alerta para a solidão

Depois de ser informado pelo especialista em genealogia que o idoso não dava sinais de vida há pelo menos três anos, o irmão do morto decidiu alertar a polícia.

Um grupo de policiais foi ao prédio na sexta-feira e descobriu que a caixa de correspondência do idoso estava a abarrotar. As cartas mais antigas datavam de Fevereiro de 2007.

Os bombeiros partiram o vidro da janela para entrar no apartamento e descobriram o corpo do idoso no chão, em estado avançado de decomposição.

«Este caso é terrível. Revela o drama da solidão e da marginalização. É preciso lutar contra isso e envolver lojistas, associações e vizinhos para que as pessoas não vivam tão isoladas», afirmou Sébastien Pietrasanta, prefeito de Asnières.
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