Venezuela: confrontos entre polícia e manifestantes - TVI

Venezuela: confrontos entre polícia e manifestantes

Autoridades usaram gás lacrimogéneo para afastar população que é contra a nova lei da educação

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Foram milhares os venezuelanos que, este sábado, saíram à rua, em duas manifestações distintas, uma favor e uma contra a nova lei de educação aprovada pelo Parlamento há uma semana, noticia a «BBC».

Durante a manifestação, desenrolaram-se confrontos entre os protestantes e as autoridades que fizeram uso de bombas de gás lacrimogéneo e jactos de água para dispersar a população. Esta acção aconteceu depois de um grupo de manifestantes ter tentado romper o cordão de isolamento dos polícias.

Pelo menos duas pessoas ficaram feridas nestes confrontos, segundo informações das agências internacionais.

Lei comparada à de Cuba

Os opositores à lei, a maioria estudantes e professores, comparam a lei à de Cuba e estão contra a política comunista nas escolas. Para os manifestantes, a lei não dá liberdade.

«Não quero que ensinem comunismo ao meu filho. Queremos liberdade», afirmou a comerciante Augusta Hernández.

Em cartazes da manifestação lia-se «Não admito a lei cubana» e «Não à mordaça na educação».

O governo de Hugo Chávez argumenta, por sua vez, que a nova lei garante o acesso justo ao sistema educativo e o livre pensamento.

Ensino laico desaprovado pela Igreja Católica

Esta lei promove também a educação laica, facto que provocou desaprovação por parte da Igreja Católica.

A favor desta parte da lei, deu-se uma outra manifestação nas ruas da capital venezuelana.

«A nova lei inclui todos os venezuelanos. Antes, mesmo sendo proibido, davam aulas de catolicismo nas escolas. Como ficavam as crianças que seguem outra religião?», salientou a professora Nícia Bolívar.

Já nas manifestações contra a lei, para além de contarem com a presença estudantes e professores, contaram também com jornalistas que não concordam com a responsabilização dos meios de comunicação social na educação da sociedade venezuelana.

A lei proíbe também a difusão de mensagens de violência «contrárias à soberania nacional».
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