Os resultados das eleições em França e na Grécia são vistos na imprensa internacional como respostas às medidas de austeridade na zona euro e um desafio à política de redução de custos da Alemanha, noticia a agência Lusa.
Na Alemanha, o jornal «Bild» dirige-se diretamente a Angela Merkel, com o título «Bom dia senhora chanceler, Este [François Hollande] é o homem mais importante da sua vida política agora», referindo-se à vitória do candidato socialista nas presidenciais francesas.
Já o «Die Welt» é mais comedido e destaca as comemorações do novo Presidente francês na Bastilha.
Sobre a Grécia, o «Bild» refere que o «Caos ganhou sobre a Razão», enquanto o Welt diz que os «Gregos rejeitaram claramente partidários da redução de custos» e garante que o euro e as bolsas europeias estão «em queda livre» devido às eleições de domingo.
Também os jornais espanhóis dão destaque à França e à Grécia, com o «El País» a escrever, em editorial, que o resultado das eleições nos dois países mostra uma «Europa exausta» e que a vitória de Hollande é «Uma nova etapa na Europa» e «um impulso a uma política de crescimento».
Sobre a Grécia, o editorial refere «a Ira dos Gregos» e mostra-se preocupado com a entrada de 21 neonazis no Parlamento local.
O «El Mundo» também fala de mudanças na direção da Europa e diz que serão os jovens, «figura-chave da vitória de Hollande», quem vai difundir a mudança nos países vizinhos da Europa, e adianta que foi a crise económica que acabou com quatro décadas de bipartidarismo na Grécia.
O «La Vanguardia» defende que as mudanças em Paris e Atenas são «duro golpe duplo para a política de austeridade extrema de Berlim» e defende que as eleições na Grécia «dinamitam o equilíbrio e ameaçam o resgate» económico do país.
O jornal faz ainda referência ao «cumprimento nazi no Parlamento grego» depois de o partido da extrema-direita «Amanhecer Dourado» ter conseguido conquistar vários lugares.
No Reino Unido, os jornais mostram-se mais distantes face às alterações na Europa, com o «Financial Times» a dar conta da vitória de Hollande como último reforço contra crise e referindo que o apoio aos partidos pré-Europa na Grécia «colapsou».
O «The Guardian» adianta que os apoiantes de Hollande «festejam primeiro Presidente socialista desde Mitterand» e que os gregos «rejeitaram austeridade».
Já o «The Times» é mais contundente e defende que viragem à esquerda em França é «revolta contra crise» e que os resultados das eleições gregas ameaçam criar «Caos na Europa».
«La vie en rose» é o título escolhido pelo italiano «Corriere della Sera» para a vitória socialista em França, mostrando «Grande surpresa» com conquista da esquerda radical e dos neo-nazis na Grécia.
O «La Stampa» considera que «Atenas paralisou» e que a «austeridade não bastou a Sarkozy» e sublinha que os extremistas gregos são «O pesadelo de Bruxelas».
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o «The New York Times» puxa à primeira página a vitória de Hollande na França, dizendo que «será vista como um desafio à política de austeridade na zona euro», mas não refere a Grécia na capa do jornal.
O «The Wall Street Journal» também fala em «Desafio à austeridade da Alemanha», escrevendo que «Voto de Fúria» atravessa Europa.
Imprensa fala em reviravolta na política europeia
- Redação
- 7 mai 2012, 09:12
Resultados das eleições gregas e francesas vistas como resposta às medidas de austeridade
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