Portugal abandona missão da Somália - TVI

Portugal abandona missão da Somália

Ministério pretende cortar 23 milhões de euros nas operações no exterior

O ministro da Defesa anunciou esta quinta-feira em Bruxelas que Portugal vai reduzir em cerca de 23 milhões de euros o orçamento no próximo ano para operações no exterior, tendo decidido abandonar a missão da NATO ao largo da Somália, noticia a Lusa.

Em declarações à imprensa à margem de uma reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica, Aguiar-Branco admitiu que a redução nas forças destacadas na ordem dos 30 por cento, que permitirá reduzir os gastos dos actuais 75 milhões de euros para «pouco mais de 52 milhões de euros», terá uma expressão em termos de economias «relativamente modesta» ¿ o orçamento do ministério ronda os 2 mil milhões de euros -, mas garantiu que o sector da Defesa acompanha o esforço colectivo de austeridade.

Quanto às opções para poupar nas missões externas, Aguiar-Branco explicou que Portugal elegeu como prioridade o Afeganistão, por se tratar de «uma área de intervenção colectiva, de combate ao terrorismo», e é «fundamental que Portugal também esteja envolvido» e manifeste de forma inequívoca aos seus parceiros da coligação a sua solidariedade neste cenário.

O ministro indicou que Portugal manterá também a sua posição no Kosovo, mas vai abandonar a operação «Ocean Shield» da NATO de combate à pirataria na Somália.

Advogando repetidamente uma «gestão mais eficiente num momento de grande austeridade», e uma «racionalização de meios», o ministro escusou-se a detalhar outros cortes que serão feitos no sector, mas garantiu que, por um lado, as Forças Armadas manterão «o nível de dignidade, coesão e exemplo de uma instituição que não falha e não vai falhar», mas por outro a Defesa vai «acompanhar em solidariedade todos os outros sectores».
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