Um parque de diversões em Coney Island, a pouco mais de meia hora de metro do centro de Nova Iorque, tem uma atracção pouco comum e ainda menos consensual. Por um dólar, é mostrado aos visitantes como são interrogados os prisioneiros da base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, com recurso ao método de waterboarding, ou simulação de afogamento.
Mórbido à primeira vista, o projecto do artista Steve Powers, tem a intenção colocar a nu o que o governo norte-americano nega ser uma forma de tortura. A descrição da repórter do jornal espanhol El País, que visitou o local, conta que depois de se subir uma escada, entra-se numa cela. Aí, através de uma pequena abertura têm-se acesso visual ao palco da encenação, protagonizada por dois robots. Um está deitado e amarrado a uma tábua, com um evocativo fato de macaco cor de laranja vestido. Outro está com a cara coberta, com um capuz preto, e tem na mão um jarro de metal com água.
Um dólar coloca em movimento os personagens. Enquanto um verte o líquido, o outro geme e agita-se convulsivamente. Os relatos deste método de interrogatório, utilizado em Guantánamo, por parte de quem já o experimentou, sugerem que a sensação é de afogamento e insuportável.
Esta nova «diversão» do parque de Coney Island faz parte do projecto Democracy for América, da Creative Arts, segundo refere o El País. A sua comissária, Nato Thompson, explica: «A arte tem uma longa tradição no terreno da polémica, como elemento gerador de debate».
Apesar desta técnica ser condenada pela convenção de Genebra, a administração presidencial de George W. Bush defende a sua utilização, como um método válido de obter informação dos prisioneiros.
Pagava para ver como se tortura em Guantánamo?
- Redação
- HB
- 27 ago 2008, 19:36
Parque de diversões perto de Manhattan mostra em 15 segundos como são interrogados os prisioneiros da chamada guerra ao terror
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