Pagava para ver como se tortura em Guantánamo? - TVI

Pagava para ver como se tortura em Guantánamo?

Prisão de Guantanamo (foto Lusa)

Parque de diversões perto de Manhattan mostra em 15 segundos como são interrogados os prisioneiros da chamada guerra ao terror

Um parque de diversões em Coney Island, a pouco mais de meia hora de metro do centro de Nova Iorque, tem uma atracção pouco comum e ainda menos consensual. Por um dólar, é mostrado aos visitantes como são interrogados os prisioneiros da base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, com recurso ao método de waterboarding, ou simulação de afogamento.





Mórbido à primeira vista, o projecto do artista Steve Powers, tem a intenção colocar a nu o que o governo norte-americano nega ser uma forma de tortura. A descrição da repórter do jornal espanhol El País, que visitou o local, conta que depois de se subir uma escada, entra-se numa cela. Aí, através de uma pequena abertura têm-se acesso visual ao palco da encenação, protagonizada por dois robots. Um está deitado e amarrado a uma tábua, com um evocativo fato de macaco cor de laranja vestido. Outro está com a cara coberta, com um capuz preto, e tem na mão um jarro de metal com água.

Um dólar coloca em movimento os personagens. Enquanto um verte o líquido, o outro geme e agita-se convulsivamente. Os relatos deste método de interrogatório, utilizado em Guantánamo, por parte de quem já o experimentou, sugerem que a sensação é de afogamento e insuportável.

Esta nova «diversão» do parque de Coney Island faz parte do projecto Democracy for América, da Creative Arts, segundo refere o El País. A sua comissária, Nato Thompson, explica: «A arte tem uma longa tradição no terreno da polémica, como elemento gerador de debate».

Apesar desta técnica ser condenada pela convenção de Genebra, a administração presidencial de George W. Bush defende a sua utilização, como um método válido de obter informação dos prisioneiros.
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