Poder de Mugabe é «questionável» - TVI

Poder de Mugabe é «questionável»

Robert Mugabe

UE pondera «tomar medidas apropriadas contra os responsáveis dos trágicos acontecimentos dos últimos meses»

Relacionados
A presidência eslovena da União Europeia (UE) declarou hoje que o poder de Robert Mugabe no Zimbabué é «questionável», uma vez que a única eleição válida no país foi a primeira volta das eleições presidenciais que Mugabe perdeu.

«A UE lamenta que o povo do Zimbabué não tenha conseguido expressar a sua vontade nas eleições de 27 de Junho; assim, estas eleições não podem ser consideradas legítimas e o poder dos representantes eleitos é questionável», refere uma declaração da presidência da UE,

«A UE reitera que as únicas eleições legítimas no Zimbabué foram as de 29 de Março, que decorreram de forma aceitável e podem servir de base para atingir uma solução aceitável», acrescentou a presidência eslovena.

Robert Mugabe afirmou-se certo da vitória enquanto os escrutinadores finalizaram este sábado a contagem dos votos da eleição a que foi o único candidato, depois de uma campanha marcada pela intimidação de votantes e considerada uma farsa tanto pela oposição como pelos países ocidentais.

Os comentários da presidência da UE, que passará da Eslovénia para a França na próxima semana, surgiram horas depois da Comissão Europeia ter apelado a uma «resolução política negociada» para a crise eleitoral no Zimbabué, baseada no resultado da primeira volta, vencida pelo principal líder da oposição, Morgan Tsvangirai.

A declaração da presidência europeia garante que a UE continuará a prestar assistência à população do Zimbabué, reiterando a exigência de que «sejam imediatamente levantadas as medidas contra as organizações humanitárias» naquele país africano.

Além disso, afirma,a União Europeia não exclui a possibilidade de tomar medidas apropriadas contra os responsáveis dos trágicos acontecimentos dos últimos meses».

Tsvangirai, candidato pelo Movimento de Oposição para a Mudança Democrática, venceu a primeira volta das eleições presidenciais de Março com 47,9 por cento dos votos, contra 43,2 por cento dos obtidos por Mugabe, mas recusou participar na segunda volta após uma vaga de ataques mortais aos seus apoiantes.
Continue a ler esta notícia

Relacionados