UNICEF pede ajuda para Paquistão

A UNICEF pediu esta sexta-feira à comunidade internacional fundos no valor de cinco milhões de dólares (3,6 milhões de euros) para socorrer os 1,5 milhões de pessoas afectadas pelas inundações no Sul do Paquistão, escreve a Lusa.

«Três em cada quatro pessoas afectadas pelas inundações são crianças e mulheres», afirmou em Genebra a porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Veronique Taveua, explicando que as regiões mais afectadas são as mais pobres das províncias meridionais de Baluchistão e Sindh.

Através destes fundos, o organismo das Nações Unidas (ONU) pretende, segundo a responsável, garantir o abastecimento de água potável, distribuir material higiénico e medicamentos, reunificar as famílias e cuidar das crianças órfãs, assim como oferecer apoio psicológico às vítimas.

A UNICEF calcula que o número total de afectados atinja os 1,5 milhões de pessoas, entre os quais, 300 mil crianças menores de cinco anos.

O organismo estima ainda que 100 mil paquistaneses tenham perdido as suas casas e que 300 pessoas tenham morrido, «podendo este número ainda aumentar, uma vez que ainda há desaparecidos».

As inundações, provocadas por fortes chuvas que se seguiram à tempestade Yemyin no mês de Junho, danificaram inúmeras estradas e dificultaram o abastecimento de algumas regiões com alimentos, medicamentos e água potável, indicou a organização internacional.

«A falta de água somada às más condições higiénico-sanitárias e as elevadas temperaturas que se fazem sentir naquela zona provocam doenças contagiosas, desidratação e infecções», afirmou Taveua, lembrando que «os hospitais, centros de saúde ou de educação primária continuam fechados ou funcionam apenas parcialmente».

Antes das inundações na província de Baluchistão - que faz fronteira com o Afeganistão e com o Irão - apenas metade das crianças recebiam vacinas de imunização, sendo que 43 por cento dos menores de cinco anos sofriam de doenças respiratórias e apenas 28 por cento dos rapazes e 20 por cento das raparigas frequentavam a escola primária, segundo a UNICEF.

Nos lugares mais pobres daquelas duas províncias, uma em cada dez crianças morre antes de cumprir o primeiro ano de vida, 40 por cento dos menores de cinco anos sofre de desnutrição, e a mortalidade materna é duas vezes maior à média do país, uma vez que por cada 100 mil nascimentos, morrem 600 mulheres.