PJ tem novo chefe no combate à droga - TVI

PJ tem novo chefe no combate à droga

  • Portugal Diário
  • 11 out 2007, 21:53

Responsável é procurador. Antigo director diz que já «nada o surpreende»

O procurador do Ministério Público (MP) Manuel Gonçalves foi escolhido para suceder a José Brás como responsável máximo da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE) da Polícia Judiciária, disse hoje à Agência Lusa fonte ligada à instituição.

Segundo a mesma fonte, a escolha de Manuel Gonçalves para liderar a DCITE da PJ está ainda dependente de autorização da comissão de serviço pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), magistratura a que pertence.

Uma outra fonte adiantou à Lusa que Manuel Gonçalves exerce funções de procurador da República no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, estando na secção que tem a investigação de processos relativos ao tráfico de droga.

Contactado pela Lusa, José Brás garantiu «não ter conhecimento» da indicação de Manuel Gonçalves para o seu lugar. «Ninguém me comunicou» tal facto, assegurou. José Brás referiu ter apresentado em Junho último o seu pedido de exoneração ao ministro da Justiça, Alberto Costa, dando conhecimento do mesmo ao director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Alípio Ribeiro, não tendo, até ao momento, obtido resposta.

No pedido de exoneração, José Brás invocou «não existirem condições» para cumprir as funções que lhe estavam cometidas. O ainda responsável da DCITE disse também à Lusa que só não ficou surpreendido com a notícia da escolha de Manuel Gonçalves, avançada pela SIC, porque «já nada o surpreende».

Enfatizou, no entanto, que o facto de saber pela comunicação social que já há um substituto para o seu lugar é «um sinal» e «um exemplo» do «rumo que a PJ» está a levar neste momento. «Isto entristece quem está há 28 anos na PJ», confessou José Brás, reiterando que saber da sua substituição pela comunicação social «é exemplo da situação que se vive na Judiciária» e que só confirma os motivos invocados no seu pedido de exoneração.

Entretanto, a ex-coordenadora da DCITE Ana Paula Matos, que estava em prisão preventiva há mais de dois meses indiciada do desvio de perto de 100 mil euros, foi libertada quarta-feira por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, que considerou não estarem reunidos os pressupostos para a aplicação desta medida de coacção mais gravosa.
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