Mais de 80% dos libaneses na pobreza e a guerra na Ucrânia não ajuda - TVI

Mais de 80% dos libaneses na pobreza e a guerra na Ucrânia não ajuda

A população do Líbano sobrevive num país gangrenado pela corrupção e por um sistema político instável, à medida que a instabilidade agrava o estado de uma economia de rastos. A guerra da Ucrânia acelerou o aumento dos preços, em particular dos alimentos

A perda de valor da libra libanesa tem dificultado a vida de quem tenta pagar as contas no país do cedro nos últimos meses.

A principal consequência foi a subida em flecha dos preços dos alimentos e bens de primeira necessidade.

A tendência deixou a grande maioria de uma população de pouco mais de seis milhões de habitantes em modo de sobrevivência.

O Líbano vive habitualmente com uma grande instabilidade política interna, que afasta o investimento internacional. O Estado multiconfessional enfrenta grandes dificuldades para a formação de governos estáveis, o que deixa o país na incerteza.

Às dificuldades financeiras quotidianas dos libaneses veio somar-se o aumento do preço dos alimentos a nível global, causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Uma crise anterior à guerra na Ucrânia

Ainda assim, o fenómeno é anterior fevereiro do ano passado.

O Líbano está habituado a crises e a instabilidade interna, tento passado por uma guerra civil de quinze anos, entre 1975 e 1990.

Depois de uma relativa recuperação, foi um Líbano em paz que, a partir de 2019, teve de fazer frente a uma crise financeira sem precedentes, que levou à desvalorização da moeda nacional em mais de 90% em relação ao dólar norte-americano. 

Anos de corrupção Estatal, de políticas financeiras criticadas pelas agências internacionais e de esbanjamento da parte das autoridades deixaram o país de joelhos e o Estado incapaz de fazer face às necessidades básicas de grande parte da população.

De acordo com um relatório do Banco Mundial sobre soberania e segurança alimentar, mais de 80% da população do Líbano vive em situação de pobreza. O mesmo estudo indica que os preços da comida subiram 143% entre setembro e dezembro do ano passado. Em alguns casos, bens essenciais, como um quilo de cebolas, custa agora mais três vezes do que no ano passado.

A agência Reuters explica como a subida dos preços, agora a par com a inflação à escala global, faz com que os salários dos trabalhadores libaneses percam o valor real. A agência refere que um soldado do exército, com um salário ligeiramente superior a 900 euros, passou a valer, em termos de poder de compra, cerca de 50 euros.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos

EM DESTAQUE