Bloco de Esquerda quer travar barragem no Tua - TVI

Bloco de Esquerda quer travar barragem no Tua

Composição ferroviária era idêntica a esta - Foto retirada do site oficial da Câmara Municipal de Mirandela

Heitor Sousa diz que é imperioso recuperar a linha ferroviária do Tua

O Bloco de Esquerda (BE) entregou na Assembleia da República, na sexta-feira, um Projecto de Lei que visa suspender o Projecto Hidroeléctrico do Rio Tua e dar início a um Plano de Requalificação da linha ferroviária do Tua.

«As razões que levaram o BE a avançar com este Projecto de Lei têm por base a necessidade imperiosa de proceder à recuperação da linha ferroviária do Tua, que implica suspender o projecto da barragem», disse, este sábado, à agência Lusa o deputado bloquista Heitor Sousa.

O responsável frisou que o Projecto Lei «é o único instrumento legal que é possível discutir na Assembleia da República para impedir que a barragem avance».

«Nada temos contra o investimento em barragens. A promoção da energia hídrica é um argumento bom do governo para a aposta nas energias sustentáveis. Porém, a barragem de Foz Tua só produzirá um por cento da energia hidráulica do país», sublinhou Heitor Sousa, questionando se «por causa de um por cento se pode por em causa a linha ferroviária do Tua».

O deputado recordou que «o anterior governo socialista prometeu que a linha [do Tua] ia voltar a funcionar», salientando que «há partidos que já se pronunciaram também contra [a construção da barragem]», pelo que crê que o BE terá apoios para a aprovação do Projecto Lei entregue na Assembleia da República.

«Dentro do próprio PS há muitas pessoas que estão contra o projecto da barragem e contra o fim da linha ferroviária. Estamos convencidos de que esta iniciativa legislativa tem condições para ser aprovada», salientou à Lusa Heitor Sousa.

Num comunicado emitido este sábado, o BE considerou que «existem graves implicações que a barragem do Tua vai ter, não apenas na linha férrea, mas no próprio equilíbrio ecológico e ambiental da região, sobre as quais as populações e vários movimentos cívicos não se têm cansado de alertar».
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