Pai de Fábio Silva explica saída do Anderlecht: «Não é o Cristiano Ronaldo» - TVI

Pai de Fábio Silva explica saída do Anderlecht: «Não é o Cristiano Ronaldo»

Fábio Silva no Anderlecht (AP Photo/Olivier Matthys)

Jorge Silva criticou o estilo de «bolas longas» do novo treinador e diz que a escolha pelo PSV também se deveu à vontade do jogador em estar presente no Euro sub-21

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Já com o mercado de inverno fechado e a transferência de Fábio Silva para o PSV consumada, o pai do internacional sub-21 português explicou detalhadamente os motivos pelos quais o avançado decidiu abandonar o Anderlecht e terminar o empréstimo mais cedo.

Numa extensa entrevista ao DH, Jorge Silva revelou que durante «três meses» avaliaram opções e escolheram o Anderlecht pelo estilo de futebol ofensivo que a equipa praticava.

«Os dois primeiros meses atenderam às nossas expectativas. Mesmo que a equipa não estivesse a jogar de forma fantástica, ganhavam e o Fábio marcava. Depois, as coisas começaram a correr menos bem e o Anderlecht voltou a mudar de treinador», disse o pai do avançado, que também foi jogador profissional.

«A chegada de [Brian] Riemer mudou tudo. De repente, o sistema de jogo mudou. O Fábio estava sozinho na frente. Já em dezembro, o empresário dele conversou com o clube e disse que este futebol não era o combinado. O Fábio não é o Cristiano Ronaldo do Manchester United ou do Real Madrid, que driblava quatro ou cinco adversários antes de marcar. Ele precisa de apoio. Mas, em vez disso, recebia bolas longas, bolas difíceis ou até nenhuma. E esperavam que ele fizesse um milagre», vincou.

Jorge Silva negou qualquer discussão entre o filho e o treinador, assumindo que existiu «uma boa conversa», em que o avançado pediu para sair.

«Ele disse-lhe: 'Você tem as suas ideias de futebol, elas não correspondem às minhas. Não tenho nada contra você, mas não me sinto bem comigo mesmo. Agradeço e desejo-lhe boa sorte, mas deixe-me sair. O meu agente já está a procurar um novo clube'. Riemer respondeu: 'Talvez seja melhor para ambas as partes. Boa sorte'.»

O pai de Fábio Silva entende que o jogador ficou visto como «um mau rapaz» após a alegada polémica, mas criticou o treinador por afirmar que o atacante luso não queria «morrer» pelo Anderlecht.

«Portanto, há várias razões pelas quais decidimos sair. Primeiro, a nova filosofia do clube com Riemer. O Anderlecht tem o direito de optar por este tipo de futebol com bolas longas. Se o clube acha que esta é a maneira certa de ganhar pontos, quem sou eu para me opôr? Em segundo lugar, viemos para o Anderlecht para lutar por troféus. Mas o Anderlecht é 12.º e não pode ganhar mais nada. Em terceiro, pensámos no Euro Sub-21 que se realiza no final de junho. Quarto, têm de entender que o Wolverhampton pagou muito dinheiro por ele. Eu tenho de, como pai, encontrar a melhor solução para o meu filho se desenvolver. No momento, acho que é o PSV», frisou.

«Kompany ainda o acompanha e adora-o, mas achámos que o PSV correspondia mais às necessidades do Fábio do que o Burnley [atual clube de Kompany]», rematou.

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