Entrevista: Soulfly - TVI

Entrevista: Soulfly

Max Cavalera (foto por: João Carneiro da Silva)

Falámos com Max Cavalera, um dos ícones do metal moderno

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O IOL Música esteve à conversa com uma das mais importantes figuras da música pesada em todo o mundo. Fundador dos Sepultura, banda que abandonou em 1996 para criar os Soulfly, Max Cavalera é conhecido também pelo projecto Nailbomb, uma mistura de metal com hardcore e música industrial.

O dia parecia não estar a correr bem. Quase a chegar ao Porto, o autocarro que transportava os Soulfly teve que voltar para trás; afinal, o concerto de sábado estava agendado para o Paradise Garage em Lisboa, e não para a Cidade Invicta, como os motoristas chegaram a pensar. Apesar das longas horas de viagem, foi um Max Cavalera bem disposto que nos recebeu a bordo do autocarro da banda.

O que esperas do concerto de hoje [sábado] à noite?

Não sei o que esperar, mas a lotação está esgotada, por isso acho que vai ser um concerto muito bom. A tournée também tem sido espectacular, com lotações esgotadas na maior parte dos concertos. São 57 «shows» em 60 dias, a digressão mais «hardcore» que já fizemos até hoje. Há pessoal aqui que já não toma banho há duas semanas (risos). Dá para cheirar o autocarro. Se fores lá para a frente, onde eu durmo... é um fedor (risos).

Os Soulfly têm quase 10 anos de carreira. Como vês a evolução da banda?

Acho que bem. Para mim é uma surpresa porque pensei que ía ser mais difícil para as pessoas entenderem os Soulfly. É difícil mesmo para mim próprio (risos). Mas pouco a pouco você vai vendo que existem diferentes possibilidades de se encontrar. Os Soulfly são um pouco assim; foi um caso de eu me perder e de me encontrar durante o processo de criação da banda e da música.

Como descreverias o som do novo álbum, «Dark Ages»?

Metade do disco é uma banda sonora do fim do mundo, do fim dos tempos. Foi feito nessa base, meio apocalíptico mesmo. «Babylon» é muito forte, começa mesmo como um trovão. O trash metal está de volta com «Frontlines». «Molotov» é um tema bem ao estilo hardcore. E «Riotstarter» parece Prodigy... É um disco mais pesado do que os anteriores, mais agressivo, mas interessante.

Um dos aspectos curiosos deste novo disco é o facto de ter sido gravado em vários lugares, não só nos Estados Unidos, mas também na Sérvia, em França, na Rússia e na Turquia. Como é que isso aconteceu?

Se dependesse de mim, todos os discos seriam gravados assim. Esta é uma ideia minha antiga, de que para fazer algo novo, para renovar, você tem que sair do padrão normal, tem que sair até do cómodo. Às vezes tem que se ir ao incómodo para encontrar coisas novas na música. De contrário, acaba entrando na repetição, às vezes até sem se aperceber. Como músico e produtor dos Soulfly, esta é uma questão bastante importante para mim.

(Continua...)

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