«Profissões femininas»: homens ganham mais - TVI

«Profissões femininas»: homens ganham mais

  • Portugal Diário
  • 8 mar 2007, 12:30

Entre os sexos, a diferença de salários chega a atingir os 10 por cento

Nas chamadas «profissões femininas», como enfermagem e ensino, os homens continuam a ganhar mais do que as mulheres, com uma diferença de salários que chega aos 10 por cento, revela um relatório da Organização Internacional de Trabalho (OIT), divulgado esta quinta-feira, noticia a BBCNews.

No Dia Internacional da Mulher, a organização com sede em Genebra, na Suíça, chamou atenção para a grande desigualdade entre géneros que ainda persiste nas oportunidades de trabalho, e alertou para o que chamou de «femininização da pobreza».

«Apesar de algum progresso, muitas mulheres ainda estão presas a empregos em que são mal pagas, frequentemente na economia informal, com insuficiente protecção legal, pouca ou nenhuma protecção social e com um alto grau de insegurança», disse o director-geral da OIT, Juan Somavia.

Como resultado as mulheres constituem 60% da categoria de «trabalhadores pobres», ou seja os que, mesmo empregados, continuam a ganhar menos de 76 cêntimos por dia.

Em 2006 a taxa de desemprego entre as mulheres (6,6 por cento) foi superior à dos homens (6,1 por cento).

Alem disso, cerca de metade das mulheres em idade activa (acima de 15 anos) estão desempregadas, enquanto mais de 70 por cento dos homens têm empregos, estimou a entidade.

Em algumas regiões do mundo, essa disparidade é ainda mais acentuada. No Médio Oriente e no Norte da África, por exemplo, apenas duas em cada dez mulheres trabalham, comparada com uma taxa de sete a cada dez homens.

Mulheres marginalizadas

O relatório mostrou que a marginalização da mulher no mercado de trabalho começa na qualificação: de cada dez alunos que abandonam a escola, seis são mulheres, estimou a OIT.

«Impedir as meninas de terminarem o ciclo de educação básica diminui as suas hipóteses de determinar o seu próprio futuro», diz o documento.

Especialmente em regiões mais pobres, a presença de mulheres no mercado de trabalho continua restrita principalmente a actividades não remuneradas, como no caso de mulheres que trabalham na agricultura ou em negócios familiares.

Este é o caso de 60 por cento dos trabalhadoras no sul da Ásia e de 40 por cento dos trabalhadoras na África, indicou o relatório.

Por outro lado, cerca de 90 por cento das mulheres nos países desenvolvidos são assalariadas. Na América Latina, este percentagem é de 67 por cento.

«A transição de trabalhadora familiar não-remunerada, ou de trabalhadora mal-remunerada por conta própria, para assalariada é um grande passo para a liberdade e a auto-determinação de muitas mulheres», disse a OIT.
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