Dia da Mulher: manifestações e apelos - TVI

Dia da Mulher: manifestações e apelos

  • Portugal Diário
  • 8 mar 2007, 19:34
Dia da mulher no Nepal (foto Lusa)

Em Portugal, foi aprovada a nova lei da IVG. Chinesas tiveram meio dia de folga

Manifestações e apelos à luta contra as discriminações e violências marcaram esta quinta-feira o Dia Internacional da Mulher, lembrando que a igualdade entre os sexos continua longe de ser atingida, noticia a agência Lusa.

Em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon defendeu acções concretas em todo o mundo.

«A violência contra as mulheres e as jovens deixa a sua horrível marca em todos os continentes, países e culturas», disse Ki-moon, defendendo que «o Dia Internacional da Mulher deve ser um momento para se concentrar em acções concretas que podem e devem empreender».

Dia assinalado por aprovação de nova lei do aborto

Foi o que fizeram os deputados portugueses que escolheram esta data simbólica para aprovar a lei que despenaliza o aborto até às 10 semanas de gravidez.

Campanha contra mutilação genital

Em Madrid, um fórum de espanholas e africanas lançou uma campanha de sensibilização contra a mutilação genital.

Exigem fim da impunidade das violências sexuais

Na República Democrática do Congo, milhares de mulheres desfilaram em Gana para exigir «o fim da impunidade das violências» sexuais na província do Kivu-Norte onde, segundo as organizações não governamentais, se registam 10.000 violações por ano.

«Desigualdades persistem»

Em França, a ministra dos Assuntos Europeus, Catherine Colonna, reconheceu que «as desigualdades persistem, mesmo nas democracias ocidentais, mesmo na Europa», mesmo no seu país.

Apontou a sub-representação das mulheres nas instâncias do poder, indicando que em França representam apenas 12,3 por cento dos deputados.

Saudar as pioneiras

Mas o dia foi também ocasião para saudar as pioneiras. Em Haia, um fórum homenageou as mulheres que se destacaram nos tribunais internacionais, como Carla del Ponte, procuradora do Tribunal Penal Internacional, a sua predecessora Louise Arbour, actual Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, ou Rosalyn Higgins, presidente do Tribunal Internacional de Justiça, o mais alto órgão judicial das Nações Unidas.

Gestos excepcionais em países muçulmanos

Nos países muçulmanos, onde o destino das mulheres continua a ser um assunto de polémica e por vezes de violência, ocorreram gestos excepcionais.

No Irão, cerca de 30 feministas detidas recentemente por terem manifestado o seu apoio a outras activistas foram libertadas na véspera do Dia da Mulher.

Na Argélia, o presidente Abdelaziz Bouteflika decidiu excepcionalmente reduzir em 12 meses as penas de prisão para todas as mulheres já julgadas em definitivo.

«8 De Março é para luta e não para celebrações»

Mas no vizinho Marrocos, cerca de 50 militantes manifestaram- se diante de um tribunal em Rabat, pedindo justiça num caso de assédio sexual.

«O 08 de Março é para a luta e não para as celebrações», gritavam as manifestantes.

No Afeganistão, o dia foi marcado por um alerta da ONU acerca das dificuldades de acesso das mulheres à saúde e à educação.

«Existem locais em que as mulheres médicas ou enfermeiras recusam trabalhar», disse Suraya Dalil, uma responsável da UNICEF.

A governadora geral do Canadá deslocou-se propositadamente hoje ao Afeganistão.

«É a minha maneira de homenagear, diante do mundo inteiro, a infinita paciência, a coragem heróica e a resistência edificante das mulheres afegãs», disse Michaelle Jean.

No Paquistão, chamou-se a atenção para os crimes de honra, como a violação de Mukhtaran Mai, uma mulher de 33 anos vítima em Junho de 2002 de uma vingança ordenada por uma assembleia tribal após uma suposta aventura do seu irmão com uma mulher de um clã local.

Prenda: meio dia de folga

As chinesas, por seu turno, tiveram meio dia de folga.

Na Rússia, onde o 08 de Março é um dia de festa, as mulheres recebem flores, chocolates e outras prendas e mesmo as presas têm direito a uma refeição especial.
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