Gotan Project multiplicam ao vivo a sua a razão de ser - TVI

Gotan Project multiplicam ao vivo a sua a razão de ser

Gotan Project no Coliseu de Lisboa (foto de Manuel Lino)

Campo Pequeno encheu para o «show» de tango electrónico

Apresentaram-se com um concerto «exclusivo» em Lisboa que assume ir do álbum de estreia, «La Revancha del Tango», até ao último longa-duração, «Lunático». Os Gotan Project já não editam um disco há um par de anos. E também assim o seu espectáculo que funde em palco sons e imagens em ambiente de tango electrónico já tinha sido visto nas últimas passagens deste grupo por Portugal. Mas é sempre bom ver.

Já deixou de ser inédito, mas é de facto um exclusivo deste projecto. E assim se pode explicar também o público de credos, cores e idades tão diferentes que lotou o Campo Pequeno - se é que é preciso uma explicação. Sem um álbum novo há algum tempo e com um espectáculo que também já foi visto, os Gotan Project mostram que são uma banda que ganha o seu significado pleno ao vivo, mais do que (apenas) em disco.

É a diferença entre um disco giro que fica esquecido uma série de tempo na prateleira entre vários outros discos engraçados e um espectáculo que não se vê todos os dias. É a diferença entre ter um alinhamento conhecido no CD que se põe no carro e um alinhamento reconhecível tocado num palco que o multiplica não só em decibéis, mas pelo impacto visual com que chega.

O primeiro impacto foi dado com um tríptico translúcido que era tela de projecção atrás da qual começou escondido o total de 10 músicos vestidos de negro, num palco também de fundo negro. Uma declaração de paz, o primeiro Piazzolla da noite e outras músicas mais brutais foram dadas por detrás de um véu que só caiu depois do primeiro tango dançado em palco.

Já com tudo e todos de branco, Adrien Brody faz de DJ e põe mais um tango no gramofone para o par de dançarinos de carne e osso. Dança-se em palco a outrora música proibida de Buenos Aires, dança-se na arena os ritmos mais electrónicos. Pede-se mais e nem a grávida Veronika Silva regateia a voz inconfundível nos encores, que se repetem e prolongam em duas horas de espectáculo já visto, mas ainda exclusivo destas personagens.
Continue a ler esta notícia