Mão Morta em Lisboa: «sempre a rock & rollar» - TVI

Mão Morta em Lisboa: «sempre a rock & rollar»

Cinema São Jorge recebeu digressão que marca o regresso da banda bracarense aos concertos de rock

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É caso para dizer que as noites de Lisboa são noites de rock (& roll e outras variações) depois do concerto que marcou o regresso dos Mão Morta à capital.

Se o ano passado a banda de Braga apresentou o deliciosamente macabro «Maldoror» na Culturgest, já o espectáculo desta quarta-feira no São Jorge esteve inserido na digressão «Ventos Animais» e mostrou uma máquina bem oleada e que está de volta aos típicos concertos de rock.

Adolfo Luxúria Canibal (voz), Miguel Pedro (bateria), António Rafael (guitarra e teclas), Sapo (guitarra), Vasco Vaz (guitarra) e Joana Longobardi (baixo) apresentaram um alinhamento em formato best of com o que de melhor a banda fez ao longo dos 25 anos que celebra em 2009. E sem receio de jogar o trunfo «Budapeste (Sempre a Rock & Rollar)» logo ao segundo tema da noite.

Perante uma plateia com vontade de comunicar - especialmente um fã que mais tarde iria dar trabalho aos seguranças do concerto - o vocalista dos Mão Morta deixou o aviso: «Estão a exercer demasiado o vosso direito à expressão. O que é uma chatice, porque quando isso acontece, a expressão perde-se». Palavras sábias, mas que não impediram os típicos pedidos de canções.

Vídeo:



O «manifesto contra o trabalho» de «Tetas da Alienação», o velhinho «E Se Depois» (1988) e um «Tu Disseste» com refrão entoado em coro pelos fãs, deram continuação a um arranque capaz de matar as saudades ao público lisboeta, que já não recebia os Mão Morta em concerto desde 2005.

A violência crua de «Bófia» surgiu em forma de presente escolhido pela aniversariante Joana Longobardi. A baixista teve direito a ouvir os parabéns cantados pela audiência, mas certamente não estava à espera quando o tal fã mais exaltado irrompeu palco dentro para lhe dar um abraço e vários beijos - tudo antes de ser levado de volta para a plateia por um segurança.

«Em Directo (Para a Televisão)», «Penso Que Penso» e «Barcelona» continuaram a deitar achas para a fogueira de um concerto que começava já a aquecer a bela, ainda que desajustada (cadeiras e lugares marcados para um concerto de rock?), sala.

«1º de Novembro» foi entoado pelo público em forma de cântico oficial dos Mão Morta, qual equipa de futebol e respectiva claque. Adolfo anunciava as últimas oportunidades para se dançar e cantar, mas a banda ainda tinha duas mãos cheias de canções e o concerto estava longe do fim.

Até à primeira saída de palco, a pura transpiração punk de «Quero Morder-te as Mãos» e a segunda tentativa (desta vez falhada e com direito a expulsão) do animado fã em subir ao palco caracterizaram o espírito rock do concerto, juntamente com «Cão da Morte», tema obrigatório e um dos mais cantados/rosnados da noite.

Para a memória ficam também os dois encores, bem artilhados com «Chabala», «Charles Manson», «Anarquista Duval», «Velocidade Escaldante» (em estreia nesta digressão) e um «Oub'Lá» já com toda gente em pé, em perfeita comunhão com a banda.

Um concerto que fez mais do que recordar 25 anos de carreira de um dos expoentes máximos do rock alternativo em Portugal. Os Mão Morta estão aí para durar.

Alinhamento:

1. Ventos Animais

2. Budapeste (Sempre a Rock & Rollar)

3. Tetas da Alienação

4. E Se Depois

5. Arrastando o Seu Cadáver

6. Tu Disseste

7. É um Jogo

8. Bófia

9. Em Directo (Para a Televisão)

10. Amesterdão (Have Big Fun)

11. Penso Que Penso

12. Barcelona (Encontrei-a na Plaza Real)

13. 1º de Novembro

14. Quero Morder-te as Mãos

15. Vamos Fugir

16. Lisboa (Por Entre as Sombras e o Lixo)

17. Cão da Morte

Encore 1

18. Chabala

19. Charles Manson

20. Anarquista Duval

Encore 2

21.Velocidade Escaldante

22. Oub'Lá
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